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O café que chega atualmente às 130 torrefadoras do estado e às companhias Iguaçu e Cacique, as maiores produtoras de café solúvel do país, sai de pequenas propriedades no interior do Paraná. Ao contrário do que acontecia nos anos 60 e 70, antes da grande geada, o mercado hoje é formado quase que exclusivamente por donos de pequenas terras. Os grandes preferiram apostar em outras culturas, principalmente na soja.

"O café hoje normalmente ocupa uma pequena área dentro da pequena propriedade", afirma Adenir Fernandes Volpato, o Gabarito. Ele é gerente comercial da Cocamar, cooperativa da região de Maringá que até 1975 cuidava exclusivamente de produção de café. Com a geada, a decisão foi obrigatoriamente de diversificar o atendimento. O café não está mais na lista dos principais produtos da Cocamar, uma das cinco maiores cooperativas de produtores do país.

Hoje o café é plantado principalmente em terrenos acidentados, onde a mecanização é difícil. Gabarito garante que o café continua um ótimo negócio. "Comparamos ano a ano o lucro das culturas e para o pequeno não há dúvida, o café continua sendo o mais rentável", afirma.

Em 1975 tudo era diferente. A produção se concentrava em grandes propriedades, com cafezais plantados havia muitos anos. Essa característica, por sinal, tornou-os mais sensíveis aos estragos da geada. "Eram lavouras antigas, com plantas altas, de difícil recuperação", fala Paulo Caramori, técnico do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), órgão que a partir de então ficou responsável por criar um sistema que evitasse novas perdas com geadas.

Para Paulo Sérgio Franzini, coordenador de café da Secretaria da Agricultura, o Paraná não pode ter a pretensão de retomar a liderança do setor. Nem mesmo concorrer em igualdade com estados que já produzem bem mais – Minas colhe seis vezes mais do que o Paraná hoje em dia. "O que queremos é elevar nossa produção para 4 milhões de sacas e ter um produto de boa qualidade", diz.

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