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Na véspera da abertura da reunião de cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), a Europa deu ontem um ultimato à Grécia. Dois dias depois de o primeiro-ministro do país, George Papandreou, anunciar de forma surpreendente um referendo sobre a adoção do plano de socorro negociado em Bruxelas, líderes europeus impuseram três condições para aceitar a medida: a obtenção de um voto de confiança do Parlamento de Atenas amanhã, a realização da consulta popular no menor prazo possível e a adoção de uma questão direta sobre se a população quer ou não seguir integrando a zona do euro.

O ultimato foi feito na noite de quarta, em Cannes, durante uma reunião pré-cúpula do G-20. Estavam presentes a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o presidente da França, Nicolas Sarkozy o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e os presideGréntes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, Herman Van Rompuy e José Manuel Durão Barroso além de Papandreou.

Em outras palavras, os representantes europeus advertiram Papandreou que ou a Grécia diz "sim" à permanência na zona do euro e adota o plano de socorro aprovado por 17 países, ou diz "não" e abandona a moeda única por livre vontade.

Corte da dívida

O programa de auxílio negociado na madrugada de 27 de outubro prevê um novo programa de financiamento de 145 bilhões de euros e o corte da dívida da Grécia em 50% - equivalente a cerca de 100 bilhões de euros, segundo dados de Bruxelas. O desconto, que teria a anuência do Instituto Internacional de Finanças (IIF), órgão que representa 400 bancos, seguradoras e fundos de investimentos, reduziria a dívida do país de 160% para 120% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Essas medidas foram aprovadas por Papandreou na reunião da semana passada, antes que o premiê mudasse de ideia e decidisse convocar o referendo.

Nos corredores do Palácio dos Festivais, onde o G-20 será realizado a partir de hoje, a reportagem apurou que a reunião entre os líderes europeus e Papandreou tinha como objetivo impor a questão que será avaliada pelos gregos. "A ideia é colocar a Grécia frente às suas responsabilidades", disse um diplomata da França, que pediu para não ser identificado. Nesse caso, uma vitória do "não" no referendo representaria o abandono da moeda única. "Se houver uma saída da zona do euro, é preciso que seja voluntária. A comunidade internacional não deve entender a decisão como uma exclusão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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