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Na manhã desta quinta-feira (19) a Grécia formalizou o pedido de extensão de seu programa de resgate, em meio a persistentes preocupações com o futuro de Atenas na zona do euro diante do impasse em torno de sua dívida.

O pedido prevê a prorrogação de um "acordo de empréstimo" por até seis meses. Anteriormente, a Alemanha, que é o principal suporte econômico da União Europeia, havia se posicionado no sentido de que o governo grego tem de se ater aos termos de seu atual pacote internacional de resgate.

Por volta das 9h desta quinta, a moeda norte-americana tinha variação negativa de 0,04%, a R$ 2,841 na venda, após subir 0,38% na sessão passada.

A medida é uma tentativa do novo governo grego, de esquerda, liderado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, de manter uma tábua de salvação financeira por um período transitório, evitando as difíceis condições de austeridade do programa de resgate da UE e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Uma fonte da UE disse que a aceitação da proposta grega como base para a retomada das negociações pelos ministros das Finanças do bloco monetário de 19 nações, que rejeitaram essas ideias em uma reunião na segunda-feira, dependerá de como ela será formulada.

Na terça-feira à noite, antes da formalização do pedido, o ministro das Finanças alemão, o linha-dura Wolfgang Schaeuble, tratou, a proposta grega com desprezo, dizendo à emissora ZDF: "Não é questão de prorrogar um programa de crédito, mas se trata de se o programa de resgate será cumprido, sim ou não".

Por outro lado, o ministro da economia alemão, Sigmar Gabriel, líder do partido social democrático, aliado ao conservadorismo da chanceler Angela Merkel, elogiou o que chamou de sinal de que o governo grego estava pronto para negociar.

Vencimento

Com o atual acordo de resgate com a zona do euro vencendo em 28 de fevereiro, Tsipras disse que as negociações estavam em um estágio crucial e que suas demandas por um fim da austeridade estavam ganhando apoio.

"Ocorreram protestos pela Europa apoiando as ações feitas pela Grécia e nós conseguimos criar pela primeira vez, pelos contatos com os líderes estrangeiros, um balanço positivo em relação a nossas exigências", disse em um encontro televisionado com o presidente Karolos Papoulias.

As ações europeias em bolsas de valores atingiram as maiores altas em anos nesta quarta-feira (18) por conta do crescente otimismo de que um acordo sobre a dívida da Grécia será alcançado até o fim da semana.

Os rendimentos dos bônus do governo grego caíram com força e os rendimentos dos bônus de Espanha, Portugal e Itália também caíram com a redução dos temores de contágio a outros países periféricos da zona do euro.

Gabriel Sakellaridis, porta-voz do governo grego, disse inicialmente que Atenas iria mandar um pedido formal nesta quarta-feira, mas uma autoridade do governo disse depois que seria enviada na manhã de quinta.

"Nós não vamos recuar em certos pontos que consideramos cruciais. O memorando (do programa de resgate) morreu dia 25 de janeiro", disse Skallaridis para a Antenna TV.

Este foi o dia em que gregos elegeram um governo liderado por Tsipras, do partido de extrema esquerda Syriza, que prometeu acabar com o acordo de 240 bilhões de euros, reverter medidas de austeridade e acabar com a cooperação com a odiada "troika", formada por inspetores da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI.

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