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Dez mil pessoas participam ontem de manifestações no centro de Atenas contra possíveis cortes nos salários do setor privado | Louisa Gouliamaki/AFP
Dez mil pessoas participam ontem de manifestações no centro de Atenas contra possíveis cortes nos salários do setor privado| Foto: Louisa Gouliamaki/AFP

PIB da UE cairá 1,6% em 2012, prevê ONU

Reuters

A economia global vai crescer apenas 0,5% em 2012, a não ser que haja uma ação rápida para criar empregos, prevenir a piora da dívida dos países e recuperar bancos frágeis, segundo estudo das Nações Unidas divulgado ontem. O relatório prevê que o PIB da União Europeia vai retroceder 1,6% em 2012, com Alemanha, França e Reino Unido em recessão.

O relatório anual da ONU prevê crescimento médio econômico de 2,6% em 2012 e de 3,2% em 2013, considerando que ocorra uma série de condições otimistas em um ano decisivo para a recuperação econômica global.

"As economias desenvolvidas estão no limite de uma espiral negativa ativada por quatro fraquezas que mutuam se alimentam: piora da dívida soberana, bancos frágeis, fraca demanda agregada (associada a elevado desemprego e medidas de austeridade fiscal) e paralisia política causada por dificuldades institucionais", afirma o relatório.

Brasil

A previsão de crescimento para o Brasil caiu à metade, dos 5,3% projetados pela ONU em meados do ano passado para 2,7%.

  • A Acrópole será o primeiro local histórico da Grécia disponível para o aluguel

O governo da Grécia deve retomar hoje as negociações com credores do setor privado, representados pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). Em outubro, o IIF concordou que negociaria com a Grécia um acordo de baixa contábil "voluntária" da dívida, com o objetivo de reduzir em 50% o valor dos títulos detidos pelo setor privado.

Ontem, no entanto, especulações davam conta de que o governo tentaria um desconto maior, de algo entre 55% e 60%. Alguns boatos sugeriam corte ainda mais profundo, que faria cada euro da dívida "antiga" passar a valer 32 centavos de euro – um desconto de 68%. Até recentemente, havia concordância quanto ao corte de 50%, mas não quanto à taxa de juros da "nova" dívida – o IIF queria algo entre 4% e 5% ao ano, patamar que os gregos não vinham aceitando.

Ontem, greves e manifestações contra as medidas de austeridade tomadas pelo governo da Grécia atingiram a capital do país, Atenas, em meio ao retorno de inspetores da dívida – que estão no país para decidir se as reformas gregas são suficientes para assegurar uma necessária ajuda internacional.

Os funcionários da União Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) – a chamada "troica", que emprestou dinheiro à Grécia para que o país não dê um calote – devem pressionar o governo para que acelere reformas e corte gastos. A ajuda depende desses cortes, e também de negociações com o IIF.

Além de identificar possíveis rombos nas contas públicas gregas produzidos desde dezembro do ano passado, a "troica" também deverá detalhar uma política e um programa de gastos para os próximos dois anos, se a Grécia quiser ter a chance de assegurar o pacote de 130 bilhões de euros de resgate. Esse segundo pacote foi prometido em outubro de 2011, após ficar claro que o primeiro pacote de 110 bilhões de euros feito em maio de 2010 não seria suficiente para a Grécia pagar seus compromissos e se livrar da moratória.

O governo grego precisará pagar em março 14,5 bilhões de euros em bônus emitidos e não tem dinheiro pagar fazer o pagamento, a menos que receba recursos do segundo pacote. As negociações com os detentores de bônus e com a troica precisam ser concluídas até 30 de janeiro, quando os líderes da União Europeia se reunirão em Bruxelas para analisar e fazer um escrutínio do acordo que a troica negocia por esses dias em Atenas. O governo grego, no entanto, busca fechar um esboço geral até dia 23, quando ocorre uma reunião do chamado Eurogrupo, composto pelos ministros de Finanças da zona do euro.

Sítios arqueológicos gregos serão "alugados"

Agência Estado

Numa medida que deve deixar muitos gregos e estudiosos horrorizados, o Ministério da Cultura da Grécia informou ontem que vai abrir alguns de seus mais estimados sítios arqueológicos para empresas de publicidade e de outros setores.

Segundo o ministério, a medida é uma formas sensata de "facilitar" o acesso às ruínas e que o dinheiro será usado na manutenção e monitoramento dos locais. Mas a verdade é que, na situação atual, a Grécia precisa de cada euro que conseguir. Os cofres públicos estão vazios e o país luta para evitar um calote histórico em março.

O Ministério da Cultura disse que o aluguel de sítios históricos será sujeito a condições rigorosas. De acordo com instruções ministeriais datadas do fim de dezembro, uma empresa comercial pode alugar a Acrópole para que fotografias profissionais sejam feitas no local por 1,6 mil euros por dia. Manifestantes também poderão alugar locais históricos.

Nas últimas décadas, apenas um seleto grupo de pessoas – dentre elas o cineasta norte-americano Francis Ford Coppola – receberam permissão para usar a Acrópole.

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