A paralisação dos aeroviários provocou uma sequência de atrasos e cancelamentos de voos em todo o país nesta quarta-feira (3). A categoria pretendia cruzar os braços durante duas horas, a partir das 6 horas, em 12 aeroportos. A previsão da Infraero é que haja um “efeito cascata”,com problemas nos aeroportos ao longo do dia.
No Aeroporto Afonso Pena, na Região Metropolitana de Curitiba, nenhum voo saiu entre 6h e 8h. Às 8 horas havia oito voos atrasados e seis cancelados, sendo a maioria para São Paulo. A paralisação provocou filas grandes no check-in e mesmo voos remarcados para depois das 8h estavam atrasados. O primeiro voo decolou somente às 8h25. Às 10 horas, eram registrados 11 cancelamentos e 19 atrasos, entre os 36 voos previstos para o Afonso Pena.
FOTOS: Veja imagens da paralisação no Afonso Pena
A gerente de projetos Gislene Oliveira tinha um voo para São Paulo, onde tinha uma reunião com um cliente, marcado para 6h07. Ele foi cancelado e até as 8h ela não tinha informações sobre um novo horário de embarque. “Eu sabia da greve, mas vim assim mesmo porque não posso perder essa reunião”, disse.
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Um grupo de professores que ia para um encontro em Três Lagos, no Mato Grosso do Sul, teve o voo para Campinas, que saía às 6 horas, cancelado. Eles perderam a conexão e teriam de remarcar a passagem para sair de Curitiba às 14 horas, com o inconveniente de ter de fazer o trecho entre Campinas e Três Lagos por via terrestre. Eles não sabiam da greve e, por isso, não alteraram o dia da viagem.
Segundo a Infraero, às 10 horas havia 264 voos atrasados no país (39,3% do total) e outros 121 cancelados (18% do total). A paralisação acontece no Recife, em Porto Alegre, Brasília, Salvador, Curitiba, Rio, Florianópolis, Campinas e Fortaleza.
A adesão dos trabalhadores à paralisação é nacional, motivada por desacordos no reajuste salarial dos trabalhadores do setor. Segundo a categoria, as empresas se recusam a conceder reajuste mínimo, que capaz de repor as perdas inflacionárias acumuladas em 2015. A data-base dos trabalhadores venceu em 1º de dezembro e as empresas ofereceram 11% de aumento parcelado em duas vezes, proposta que não foi aceita.
O presidente do Sindicato dos Aeronautas, Adriano Castanho, cerca de 700 trabalhadores aderiram à greve. “Todas as nossas tentativas de negociação foram frustradas porque eles (sindicatos patronais) são resistentes. Entendemos que a situação do país é dificil, mas acatar a proposta deles (escalonar o aumento) é inaceitável”,- falou.
Diante da greve, a TAM informa que liberou os passageiros da taxa de remarcação de passagens e do pagamento da diferença de tarifas para a mudança de voos nacionais previstos entre 6h e 18h e para voos internacionais entre 6h e 8h.
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