A greve dos fiscais sanitários da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), iniciada na última segunda-feira, reduziu em 77% a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) no estado. No primeiro dia de paralisação, o Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) emitiu apenas 254 guias, contra 1.129 GTAs registradas na última sexta-feira, quando os servidores ainda estavam trabalhando normalmente.
"A nossa maior preocupação é com essa diminuição no trânsito de animais. Muitos pecuaristas já estão reclamando e, se acharem que estão sendo lesados, devem inclusive procurar a Justiça", afirma o chefe do Defis, Marco Antonio Teixeira Pinto.
Outra preocupação da Seab é que a greve coloque em risco a campanha de vacinação contra a febre aftosa no estado. Com um rebanho de 9,3 milhões de animais, o Paraná planeja se tornar área livre da doença, sem vacinação, no prazo de três anos.
De acordo com o movimento grevista, 83% dos fiscais sanitários aderiram à paralisação a Seab, porém, nega o número. Apesar de não divulgar um balanço sobre a manifestação, a secretaria afirma que muitos servidores estão comparecendo aos seus postos, mas, como os funcionários adotaram a "operação tartaruga", os trabalhos estão atrasados.
A greve é resultado do não atendimento da exigência dos fiscais para que ocorra a transposição da categoria para a Agência de Defesa Sanitária (Adapar), cuja criação deve ser votada pelos deputados estaduais nos próximos dias. Segundo a Seab, a transferência definitiva é inconstitucional. Para integrarem o novo órgão legalmente, é obrigatório que os servidores prestem um concurso público. Os organizadores da greve argumentam que outros estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pernambuco fizeram transposição.
Não há previsão de uma reunião entre as partes para negociar o fim da paralisação. A Seab alega estar disposta ao diálogo. O movimento grevista afirma, por outro lado, que o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, não sinalizou nenhuma possibilidade de negociação.
A greve dos fiscais sanitários ocorre num momento de extrema fragilidade nas fronteiras do Paraná. Depois do foco de aftosa encontrado no Paraguai, os pecuaristas do estado temem que o rebanho possa ser contaminado pela doença, que já causou prejuízo bilionário à economia paranaense no passado recente.
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