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Com agências fechadas, clientes lotaram postos de correspondentes bancários ontem em Curitiba. | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Com agências fechadas, clientes lotaram postos de correspondentes bancários ontem em Curitiba.| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Cronologia

A greve dos bancários chega hoje ao seu 15º dia. Confira o dia-a-dia do movimento.

8 de outubro - reunidos em assembléia, os bancários de Curitiba e região decidem aderir à greve nacional.

9 de outubro - 155 agências e 11 centros administrativos ficam sem expediente. Para furar os bloqueios da greve, o HSBC leva funcionários de helicóptero ao centro administrativo do banco.

10 de outubro - sindicato denuncia "pressão" de bancos para que funcionários cumpram jornadas em horários alternativos com os planos de contingenciamento.

13 de outubro - Na comemoração dos 200 anos do Banco do Brasil, os bancários decidem em assembléia manter a greve. Os terminais de auto-atendimento continuam funcionando.

14 de outubro - banco Bradesco consegue na Justiça o interdito proibitório, instrumento que permite ao banco funcionar durante a greve.

15 de outubro - TRT de São Paulo faz acordo pela retomada das negociações entre o comando nacional dos bancários e a Fenaban. Correntistas reclamam de transtornos para compensar cheques, efetuar saques e pagar contas nos serviços de auto-atendimento.

16 de outubro - manifestação realizada no centro de Curitiba conta com a participação de cerca de 120 pessoas contratadas por R$ 40 – acrescidos de dois sanduíches de queijo e presunto cada um – para participar da campanha salarial dos bancários, das 6 horas da manhã até o fim da tarde.

17 de outubro - Fenaban propõe reajuste de 9% para trabalhadores com salário até R$ 1,5 mil e 7,5% para quem ganha acima deste valor. Bancários rejeitam a proposta.

20 de outubro - em nova reunião, sem chegar a um acordo, bancários decidem manter a greve. Em Curitiba, agências fechadas representam cerca de 47% do total.

21 de outubro - bancários exigem que os dias de paralisação não sejam descontados e decidem levar proposta à mesa de negociação.

Transtornos para os clientes e poucos avanços na negociação com os bancos. Até agora, este é o saldo das duas semanas de greve dos bancários. Hoje, a categoria se reúne mais uma vez com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para tentar chegar a um acordo. Mas, desta vez, os trabalhadores vão levar à mesa mais uma questão: a exigência de que os dias parados não sejam descontados de seus vencimentos.

A última proposta apresentada pela Fenaban oferece um aumento de 9% para os bancários com salário até R$ 1,5 mil e reajuste de 7,5% para funcionários com ganhos mensais acima deste piso. Mas a pauta de reivindicações dos trabalhadores prevê um reajuste de 13,23%, vale-alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 415), vale-refeição de R$ 17,50 ao dia, auxílio-creche de R$ 415, maior participação nos lucros e resultados (PLR) e aumento progressivo do piso até atingir R$ 2.074.

Segundo dados do Dieese, o lucro líquido dos bancos cresceu 640% de 2000 para 2007. No mesmo período, os gastos com pessoal cresceram 229,5%.

Alternativas

A solução para os clientes é recorrer aos serviços na internet e aos postos de auto-atendimento. Mas nem sempre isso é possível: alguns gerentes cancelaram a função de depósito nos caixas eletrônicos para prevenir assaltos com o acúmulo de envelopes de dinheiro. No caso das instituições públicas, os clientes podem recorrer à alternativa dos correspondentes bancários. No caso de pagamento do IPVA com guia do Banco do Brasil, a operação pode ser feita nas agências do Banco Popular. Já operações da Caixa Econômica podem ser feitas nas casas lotéricas.

Polêmica

No último dia 16, a Gazeta do Povo noticiou que o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região valeu-se da contratação de cerca de 120 pessoas para participar das manifestações pela campanha salarial da categoria. Cada "grevista" recebeu R$ 40, além de dois sanduíches. Em nota oficial, o sindicato se defendeu alegando que a atitude não é ilegal. Além disso, o sindicato justificou que a greve requer uma ampla organização para produção, impressão e distribuição de material e esclarecimento da população, e que a contratação destes trabalhadores tem por objetivo especialmente assegurar o emprego de quem atua em bancos privados.

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