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Adesão varia nas cidades do interior

O primeiro dia de greve dos bancários contou com a adesão de aproximadamente 70% das agências das principais cidades do interior do estado.

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Consumidor precisa desviar de piquetes

Apesar de a maioria dos serviços bancários já serem automatizados, o consumidor precisa de sorte e jogo de cintura para driblar a enxurrada de informações falsas fornecidas por piqueteiros mobilizados pelo sindicato dos bancários. Quem precisou dos bancos no Centro de Curitiba no meio da tarde de ontem corria o risco de ser dissuadido de usar os caixas automáticos. Além disso, parte dos grevistas não são bancários, mas pessoas contratadas pelo sindicato para engrossar o movimento – na paralisação do ano passado, a Gazeta do Povo já havia denunciado a contratação de 120 piqueteiros.

"O gerente orientou as pessoas a não depositar cheques, porque não vão ser compensados. O pessoal está todo em greve", disse uma grevista de plantão no interior da agência do Banco do Brasil da Marechal Deodoro. O problema é que, por lei, os serviços essenciais dos bancos – como compensação de cheques – não podem ser interrompidos. Após ser questionada se era bancária, ela afirmou que prestava serviço para o sindicato "sempre que necessário".

Nas demais agências da área central, para ter acesso aos caixas automáticos era preciso insistir e desviar dos cartazes da greve. "O sistema está todo fora do ar", disse um piqueteiro em frente a uma agência do HSBC. Ao ser confrontado sobre a obrigatoriedade do serviço, mudou o discurso: "Pode entrar, mas não vai encontrar envelope para depósito."

Na agência do BB da praça Carlos Gomes, os grevistas foram mais criativos para despachar os clientes: colaram um pequeno cartaz na porta informando que aquela agência ficaria fechada das 16 h às 18h30 para "limpeza periódica". O horário normal de funcionamento dos caixas automáticos é das 6 às 22 horas.

No primeiro dia de greve pela campanha salarial de 2009, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região contabilizou 144 agências e dez centros administrativos fechados. Segundo a entidade, mais de 10,2 mil trabalhadores aderiram à paralisação na capital e região metropolitana, o que corresponde a 60% do total de 17 mil trabalhadores da classe.

A maior parte das agências fechadas fica no Centro de Curitiba, mas a adesão também ocorreu em bairros como Juvevê, Portão e Centro Cívico. Nos municípios vizinhos, houve paralisação em 19 bancos de São José dos Pinhais e outros 13 em Piraquara, Pinhais e Almirante Tamandaré. Os bancos mais afetados com fechamento de agências são Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Unibanco e Banco Real.

No meio da tarde, o sindicato recebeu o comunicado de um interdito proibitório ao banco Bradesco, emitido pela 15ª Vara do Trabalho. Com isso, as portas do banco devem permanecer abertas. A multa ao sindicato é de R$ 90 mil por agência a cada dia, caso descumpra a determinação da Justiça. Com isso, o Bradesco deve funcionar normalmente hoje, mas o sindicato afirmou que vai recorrer.

Os sindicatos dos bancários em todo o país reivindicam reajuste de 10% e uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais bonificação de R$ 3,85 mil. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), por outro lado, oferece reposição da inflação (4,5%) e PLR de 1,5 salário, limitado a R$ 10 mil, e adicional de lucro líquido com teto de R$ 1,5 mil.

Além de reajustes nos auxílios-cheche, alimentação e educação, os trabalhadores também querem a inclusão – diretamente na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) – de uma cláusula de proteção ao emprego em casos de fusão. Os bancários também exigem o fim do assédio moral e de metas abusivas.

A expectativa do presidente do sindicato de Curitiba, Otávio Dias, é que a federação patronal melhore significativamente suas propostas para a categoria, a fim de encerrar a greve. Sem novidades, a assembleia de hoje às 17 horas será apenas de avaliação do movimento na região e no país.

País

Ao todo, bancários de 2.881 agências e locais de trabalho de todo o país entraram em greve, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à CUT. A entidade, que representa cerca de 420 mil dos 450 mil bancários em campanha salarial no Brasil, promete ampliar a paralisação.

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