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Mais adesões de funcionários do Banco Central de Curitiba marcam o segundo dia de paralisação da categoria na capital. Enquanto no primeiro dia de greve cerca de 50% dos 130 funcionários pararam, nesta quinta-feira (18) este número subiu para 55%. E o objetivo para os próximos dias, segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central de Curitiba (Sinal-PR), é aumentar o percertual de servidores parados. Os servidores de Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Belém, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte e São Paulo também continuam em greve.

Em todos os estados, o funcionalismo pede o reajuste salarial de 10% - dividido em 6%, que deveria ter sido pago em janeiro, e 4%, previsto para junho - acertado com a direção do banco há alguns meses, durante a última greve da categoria. A demora, segundo o BC, seria em função do Congresso Nacional não ter aprovado o Orçamento deste ano, o que já foi feito. Além disso, a autoridade monetária ainda tem de encaminhar um projeto de lei à Casa para conceder o reajuste.

A luta para que o Congresso Nacional conceda, via medida provisória, o reajuste, prossegue. "Já conseguimos um aumento na adesão, e vamos tentar chegar a 70% de servidores parados em Curitiba nos próximos dias", garante Alexandre Campos Gomes de Souza, um dos diretores do Sinal-PR. O prazo para que o Congresso vote o projeto de lei ou conceda o reajuste é até 30 de junho. E a perspectiva de que o caso seja resolvido antes anima os grevistas a continuar o movimento. "Não pretendemos ficar parados até lá né? Esperamos que até lá o governo federal cumpra o que foi acordado durante a última paralisação", conclui o diretor.

O BC, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o assunto.

Greve começa a ser sentida

De acordo com Alexandre Campos, o mercado financeiro já sentiu os efeitos da greve nessa quinta-feira. "No Rio de Janeiro, onde pode-se dizer que fica o ‘coração’ do Banco Central, a mesa de operações que envolvem a taxa Selic, reguladora dos juros, operou hoje sob regime de contigência, ou seja, precariamente. Isso quer dizer que a movimentação e negociação de títulos públicos e outras atividades referentes as bolsas de valores podem ser prejudicadas em breve", assegura Campos.

A população e o empresariado também não devem escapar das conseqüências da greve. Segundo os grevistas, serviços como a fiscalização de instituições financeiras, o andamento dos processos de cooperativas de crédito, além da entrega e recebimento de dinheiro dos bancos podem ser comprometidos em pouco tempo.

O perigo que a paralisação representa está ligado à última greve, no ano passado. Em outubro de 2005, os funcionários do BC cruzaram os braços por 33 dias seguidos, também reivindicando salários maiores, o que acabou desembocando no aumento acertado para este ano e que ainda não saiu do papel. Essa foi a pior greve já enfrentada pelo BC. A situação foi tão grave que na época, uma empresa foi contratada para não deixar que faltasse dinheiro nos bancos.

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