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Na foto, a fábrica do Grupo Morena Rosa em Cianorte, no Paraná. Ao todo, 162 vagas diretas estão sendo criadas para dar conta da produção da Iódice. (Foto: Brunno Covello/Arquivo/Gazeta do Povo)| Foto: GAZETA

O grupo paranaense Morena Rosa anunciou a compra da grife paulistana Iódice. Com a aquisição, cujo valor não foi divulgado, o grupo com sede em Cianorte passará a ter cinco grifes: Morena Rosa, Maria.Valentina, Zinco, Lebôh e Iódice.

Os rumores mais recentes sobre a negociação surgiram em dezembro último, mas, segundo conta o CEO do Grupo Morena Rosa e filho do fundador Marco Franzato, Lucas Franzato, as tentativas de licenciamento, fusão ou aquisição entre as duas empresas começaram bem antes. "Já tínhamos conversado em 2010, depois em 2013, mas as conversas para a aquisição agora levaram cerca de seis meses".

Hoje, a Iódice conta com oito lojas, entre próprias e franquias, um e-commerce e pode ser encontrada em cerca de 200 lojas multimarcas no país. Com a aquisição pelo Grupo Morena Rosa, os canais de venda devem crescer consideravelmente: a holding trabalha com mais de 5 mil multimarcas e está presente em mais de 1,6 mil cidades brasileiras. "Nossa perspectiva é de quadruplicar a presença da Iódice no médio e longo prazo", afirma Franzato.

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A manutenção das lojas atuais ainda está sendo avaliada, mas já se sabe que a unidade de Curitiba, no Shopping Pátio Batel, por exemplo, será mantida e que a unidade mais emblemática da Iódice, na Rua Oscar Freire, em São Paulo, será transformada em Clube Morena Rosa, modelo de franquias onde são vendidas as outras quatro grifes do grupo e que já conta com 33 lojas.

A reavaliação da operação atual, no entanto, não quer dizer redução de pontos de venda. "Se compararmos com concorrentes, a Iódice tem potencial para ter entre 75 e 80 lojas e trabalhar com pelo menos 800 multimarcas", diz Franzato.

A repaginação do e-commerce, com uma operação omnichannel, de integração entre vendas off e online, também já está programada para estrear com a nova coleção de Verão da Iódice, assim como a ampliação dos showroons (espaços de representação comercial da marca para lojistas) de 16 para 32.

De peças importadas nos EUA para fabricação própria no interior do Paraná

Ao todo, 162 vagas diretas estão sendo criadas na fábrica em Cianorte, no Paraná, e também em outros pontos de produção própria em cidades próximas, como Paranavaí e Tapejara, entre outras, para a produção das coleções da Iódice.

Antes da aquisição, a produção das peças estava sendo feita nos Estados Unidos. Quem ficará à frente da operação da marca será Eduardo Franzato, irmão de Lucas e que já estava no comando da Lebôh.

A ideia é manter o DNA premium da Iódice, voltado para as classes A e B, é otimizar a produção e administração da nova grife, usando a estrutura física já existente do Grupo, minimizando despesas. Já neste ano, 172 pessoas foram contratadas para a fábrica em Cianorte.

"É uma das principais marcas ícones da moda brasileira, a que mais participou das edições do São Paulo Fashion Week. Então, o desafio é manter o DNA da marca Iódice, mas trazendo também jovialidade e inovação para ela, com todo o nosso conhecimento de fábrica própria, de buscar cada vez mais qualidade para o produto", afirma Franzato.

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Segundo ele, embora a marca não pertença mais à família de Valdemar, o empresário e até então diretor criativo da Iódice apoia a nova fase da grife.

A coleção da Inverno da Iódice, que está chegando às lojas agora, foi produzida ainda sob a batuta da equipe paulistana. Já a coleção de Verão deste ano, que chegará às lojas a partir de junho, será produzida pelo Grupo Morena Rosa. É com esta coleção, inclusive, que o público deve ser apresentado à nova fase da marca.

Em termos de faturamento, a Iódice representaria hoje cerca de 10% do que o Grupo Morena Rosa vende, segundo Franzato. "Mas não tenho como estimar quanto essa participação ainda era crescer já que as demais grifes também estão ganhando espaço". O ticket médio das peças da Iódice é de R$ 400 e esse valor médio, cerca de 20% acima das demais grifes do Grupo Morena Rosa, deverá continuar.

O Grupo Morena Rosa pertence hoje 100 % à família Franzato, que há três anos recomprou, por R$ 220 milhões, os 60% da holding que tinha vendido para o grupo de investimentos Tarpon em 2012.

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