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A operadora de telefonia fixa GVT, que tem sede em Curitiba, deve estrear na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no próximo dia 16. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou o pedido da companhia para abertura de capital. A oferta primária é composta por 52 milhões de ações, com valor estimado entre R$ 11 e R$ 16. Elas serão todas ordinárias, já que e empresa entrará no chamado Novo Mercado da Bovespa. Se o valor dos papéis ficar na média estimada pela empresa – R$ 13,50 –, o volume líquido de recursos captados deve chegar a R$ 664,3 milhões.

O período de reserva das ações começa no próximo dia 5 e termina em 13 de fevereiro. O preço da ação deve ser fixado no dia seguinte. Para os investidores de varejo, não institucionais, o investimento mínimo é de R$ 3 mil, e o máximo, de R$ 300 mil. Os interessados devem fazer a reserva junto a uma corretora. O pedido não poderá ser revogado, mas o investidor pode estipular um preço máximo a ser pago. Caso os pedidos excedam o total destinado ao varejo, será realizado um rateio.

Por causa das normas estabelecidas pela CVM, a GVT não pode comentar o negócio. Um primeiro pedido de oferta pública de ações havia sido protocolado em abril de 2006. Mas a companhia deixou a solicitação ser indeferida, no fim do ano, por falta de entrega de documentos. Na época, a justificativa da empresa era de que o mercado não apresentava um bom momento para abertura de capital. Um novo pedido foi protocolado em 11 de dezembro e agora aprovado.

Segundo o prospecto enviado à CVM, com os recursos da captação, a companhia pretende antecipar o pagamento de parte de uma dívida cuja amortização final será em junho de 2011. A dívida, contraída com fornecedores estrangeiros, diz respeito à aquisição de equipamentos usados na implementação inicial da sua rede e totaliza R$ 306,9 milhões. A GVT pretende usar cerca de 35% o valor arrecadado (algo em torno de R$ 233 milhões) para diminuir este débito. O restante, ainda segundo o prospecto da companhia, será destinado à antecipação do pagamento de empréstimos bancários (que tinham como objetivo ampliar o capital de giro da empresa) e ainda para a aquisição de equipamentos, materiais e serviços para ampliação de sua rede.

Atualmente a companhia opera em 61 cidades da Região 2 determinada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – composta pelos estados da Região Sul e Centro-Oeste, alguns do Norte e o Distrito Federal –, além das áreas metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em janeiro de 2006, a empresa mantinha cerca de 729 mil linhas em funcionamento.

Setor

Segundo o presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, Eduardo Tude, o setor não vive um momento favorável na Bovespa. "O Itel (Índice Setorial de Telecomunicações) vem apresentado um desempenho inferior ao do Ibovespa", diz. No último mês, por exemplo, enquanto o índice principal da Bovespa subiu 1,9%, o Itel caiu 4,3%. Neste quadro, os papéis das empresas de telefonia fixa têm apresentado um desempenho bem inferior aos das companhias de telefonia móvel. "Isso não se aplica diretamente à GVT, mas o maior potencial de crescimento do setor está ligado à telefonia móvel. Para as fixas, ele está muito relacionado à banda larga", diz. "O bom desempenho da companhia vai depender do seu potencial de crescimento neste segmento." De acordo com o prospecto da GVT, em 2004 a empresa tinha 21.253 assinantes de banda larga. Em 2005, o número subiu para 65.790.

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