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Prédio da GVT em Curitiba: planos para 2011 são expansão para outras capitais e início das operações com tevê por assinatura | Rodolfo Bührer/Arquivo/ Gazeta do Povo
Prédio da GVT em Curitiba: planos para 2011 são expansão para outras capitais e início das operações com tevê por assinatura| Foto: Rodolfo Bührer/Arquivo/ Gazeta do Povo

Banda larga

PNBL está "ultrapassado", diz executivo

A proposta do governo de oferecer banda larga de 1 mega a R$ 35 está "ultrapassada" e fora da realidade atual do mercado, que exige velocidades maiores para baixar novos conteúdos, como vídeos e jogos, avalia o presidente da GVT, Amos Genish. O preço está previsto no Plano Nacional de Banda Larga, que estabeleceu metas de universalização do serviço e relançou a Telebrás no ano passado. Para o executivo, a velocidade mínima a ser oferecida teria de ser de 4 a 5 mega. Esse, diz, é o limite mínimo nos EUA para considerar o serviço como banda larga.

Hoje, diz, a GVT oferece 5 mega a R$ 49. Com algum grau de isenção ou redução de impostos e negociações com fornecedores (que vão ganhar na escala das encomendas), afirma, o governo conseguiria chegar "facilmente" ao preço de R$ 35 para 5 mega.

Ganish afirmou que levou a proposta de aumentar a velocidade prevista no plano ao ministro Paulo Bernardo (Comunicações), com quem esteve reunido na terça-feira. O executivo disse ainda que expôs a carência de infraestrutura de telecomunicações no país e citou o exemplo da Região Nor­te, onde não há rede de longa distância de fibra ótica conectando-a com outras regiões. "Não estamos, por exemplo, em Manaus e Belém porque esse é um investimento muito alto, que tem de ser feito pela Telebrás."

Na visão de Ganish, a falta de concorrência no setor, outro problema a ser atacado pelo go­­verno, é responsável pelo ele­­vado custo final dos produtos. Uma das iniciativas para con­­tornar esse entrave foi a união das operadoras TIM, Vivo, Embratel e GVT na construção de uma rede de 2 mil km de fibra ótica até Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS), que permitirá am­­pliar e baratear os serviços no Centro-Oeste. Ganish disse que a decisão de construir e compartilhar a nova rede se deve ao alto custo e ao difícil acesso à rede da Oi, a única disponível para a região.

A operadora de telecomunicações GVT investirá R$ 1,73 bilhão neste ano – mais do que o R$ 1,4 bilhão de 2010. Os recursos serão usados principalmente na expansão da rede própria da companhia, presente em 100 cidades, e no lançamento, no segundo semestre, do serviço de tevê por assinatura, projeto que consumirá R$ 200 milhões.

A GVT anunciou ontem a sua entrada no mercado do Rio de Janeiro, cidade na qual irá oferecer inicialmente pacotes de telefone fixo e internet banda larga a partir de 5 mega, ao custo de R$ 49,90. A empresa espera ingressar na capital paulista ainda no segundo semestre. A GVT tem reservados investimentos de R$ 400 milhões neste ano para começar a instalar sua rede em São Paulo, mas encontra dificuldades para obter licenças para a construção, segundo Amos Genish, presidente da operadora. "Estamos otimistas. Mas não é fácil construir em cidades como São Paulo. Já firmamos um protocolo de intenções com a prefeitura, mas é possível que tenhamos de adiar por alguns meses o lançamento [dos serviços]", afirma. Se isso acontecer, diz, o investimento será alocado em outras cidades. A meta da GVT é investir R$ 2 bilhões na construção de sua rede na capital paulista. "A cidade é chave na nossa estratégia", justifica Genish.

Controlada desde o ano passado pela francesa Vivendi, a GVT nasceu como empresa espelho da antiga concessionária Brasil Telecom (incorporada pela Oi) e atendia ao Sul e Centro-Oeste. Iniciou sua expansão por algumas capitais do Nordeste e Sudeste e cidades de médio porte dessas regiões. No estado do Rio, lançou, primeiro, seus serviços em Niterói – onde conta com 23 mil clientes. Na capital, vai oferecer 73 mil acessos de internet e telefone fixo, o que corresponde a 15% do território. A meta é chegar a 30% de cobertura na área urbana.

Tevê paga

Já o projeto de tevê por assinatura prevê um sistema "híbrido" de IPTV (tevê sobre protocolo de internet) e transmissão via satélite. Genish disse que o serviço já poderia estar disponível não fosse a falta de espaço nos satélites brasileiros. A empresa teve de negociar com a Intelsat a liberação de um satélite, que estava direcionado para a África e está sendo deslocado para a posição orbital do Brasil, para poder oferecer os serviços de tevê. Pagará R$ 250 milhões em dez anos. "É um investimento muito alto", afirma. O executivo criticou ainda a legislação brasileira que impede a transmissão de tevê pela rede de telefonia, restrição que, segundo ele, acaba por onerar o preço dos serviços.

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