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Momento era "delicado" para trocar comando do BC, dizem analistas

A permanência do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no comando da autoridade monetária, foi bem recebida pelos analistas de mercado. Meirelles comunicou nesta quinta-feira (1) que desistiu de concorrer nas eleições de outubro e que permanecerá no comando da instituição até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou seja, até o fechamento deste ano.

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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, informou nesta quinta-feira (1) que desistiu de concorrer nas eleições de outubro e que permanecerá no comando da instituição até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou seja, até o fechamento deste ano. Especulações davam conta de que ele poderia se desvincular do BC para concorrer a uma vaga no Senado Federal por Goiás ou ser vice-presidente na chapa do Partido dos Trabalhadores (PT), que será encabeçada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Meirelles é filiado ao PMDB.

Essa é a segunda vez que Meirelles abandona suas aspirações políticas. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo PSDB, cargo do qual abdicou para comandar o Banco Central na gestão do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Meirelles está no cargo desde o início do governo do presidente Lula, em janeiro de 2003. Com isso, é a pessoa que ocupa por mais tempo a presidência do Banco Central.

Reunião com Lula

Nesta terça-feira (30), o presidente do BC informou, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pensaria, nas próximas 24 horas, se deixaria o governo para se candidatar nas eleições.

Já na quarta-feira (31), apesar de o prazo de 24 horas ter expirado, Meirelles informou que ainda não havia "decisão tomada". "Continuamos conversando porque é uma decisão de muita responsabilidade. É uma decisão que tem conseqüências importantes. De todas as formas, não é meramente uma decisão de carreira. É uma decisão que envolve essa instituição e o papel que essa instituição representa o Brasil", acrescentou, na ocasião.

Trajetória

Antes de ser assumir a autoridade monetária, Henrique Meirelles foi presidente mundial do BankBoston, função pela qual se tornou conhecido.

Ele iniciou suas atividades no Banco de Boston em 1974 e se tornou presidente da instituição no Brasil em 1984. Também já foi membro do conselho da Harvard Kennedy School of Government e da Sloan School of Management do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Foi escolhido "Banqueiro Central de 2007" pela revista Euromoney e "Financista do Ano 2008" pela revista Latin Trade. Meirelles é considerado a principal referência da equipe econômica entre os investidores externos.

Analistas avaliam que ele foi importante para a consolidação econômica do governo então empossado em 2003, que assumiu sob forte desconfiança dos mercados.

Status de ministro

Em 2005, com uma medida provisória, Meirelles foi o primeiro presidente do BC a obter formalmente o status de ministro de Estado. A decisão foi fruto da abertura de um inquérito contra ele, naquele ano, por suspeita de sonegação, lavagem de dinheiro, crime eleitoral e remessa ilegal de dinheiro para o exterior, relativo ao período em que esteve no BankBoston.

Com o status de ministro, o processo acabou indo para o Supremo Tribunal Federal (STF) e, no início de 2007, foi arquivado após o próprio STF negar a quebra do sigilo de contas bancárias usadas por Meirelles.

Em 2010, novo processo foi aberto por suspeita de crime contra a ordem tributária, que Meirelles disse receber com "serenidade". O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou, porém, que vai recomendar o arquivamento do pedido de investigação.

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