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Nei Martins, presidente da Ibema: objetivo é responder a pelo menos 25% do mercado de produção de papel | Leandro Andrade/Divulgação
Nei Martins, presidente da Ibema: objetivo é responder a pelo menos 25% do mercado de produção de papel| Foto: Leandro Andrade/Divulgação

Energia

A venda de energia deve se transformar em um negócio à parte para a Ibema nos próximos anos. A empresa deve gerar uma receita de R$ 5 milhões nesse ano com a comercialização da energia gerada pelas duas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) localizadas nos rios Marrecas e Cachoeiras e que fornecem energia para a fábrica. A capacidade é para 10 MW, mas a empresa tem concessão para chegar a 50 MW. Mas também para essa empreitada a empresa tem planos de atrair um investidor que ajude no investimento do projeto, estimado em R$ 250 milhões.

Terceira maior fabricante de papel para embalagens do país, a Ibema Companhia Brasileira de Papel quer atrair um sócio para poder fazer frente à concorrência de gigantes como Suzano e Klabin, que detêm respectivamente 32% e 28% do mercado. "Estamos entre as três maiores, mas há uma distância grande em relação às duas maiores. Hoje temos 13% do mercado, o ideal seria que tivéssemos pelo menos 25% de participação", diz o presidente da empresa, Nei Senter Martins.

Para isso, a empresa precisa de fôlego financeiro para investir no aumento da produção. A fábrica, localizada em Turvo, opera hoje na sua capacidade máxima, de 92 mil toneladas por ano. "A empresa pode vender até 49% do seu capital, fazer parcerias e até mesmo entrar em outros negócios na área de papel", afirma ele, que diz que há conversas em andamento a respeito, mas faz sigilo sobre os detalhes.

Não é a primeira vez que a empresa tenta atrair um sócio. A companhia chegou a negociar uma fusão com a Papirus, mas as conversas não prosperaram e ambas cancelaram o acordo em 2011. A indústria paranaense de papel também se preparou para abrir capital, mas desistiu porque o mercado "não vive um bom momento", de acordo com Martins.

Enquanto não atrai um parceiro, a empresa negocia com o BNDESPar o resgate de 15% restantes que ainda estão nas mãos do fundo. Em 2009, a Ibema vendeu 22% do seu capital por R$ 27 milhões. Pelo acordo, o prazo de resgate venceria em julho do ano passado. Mas a Ibema retomou, em 2012, 7% do que estava nas mãos do BNDESPar, com o pagamento de R$ 13 milhões. A intenção é negociar o pagamento para recuperar os 15% restantes. As famílias fundadoras da empresa – Maia, Gomes e Napoli – detém 85% do capital.

Concorrência pesada

A empresa precisa acelerar seu crescimento para não ser engolida pelos megaprojetos de expansão que a Klabin e a Suzano estão tocando. Segundo Martins, a empresa precisa, pelo menos, aumentar sua produção entre 60% e 70%. A indústria, que tem ao todo 670 funcionários, opera a produção em cinco turnos.

A empresa é dona de uma área de 4 mil hectares de florestas, que, segundo Martins, é suficiente para suportar uma eventual expansão futura. Nesse ano, a Ibema deve investir R$ 15 milhões, que serão usados em melhoria de produtos e serviços.

Segundo o presidente da Ibema, a expectativa é dobrar o lucro líquido em 2014, para R$ 12 milhões. Parte desse resultado vem de um novo posicionamento de mercado, voltado para produtos mais rentáveis, que levou a empresa de volta ao azul no ano passado, depois de uma sequência de três anos no vermelho

A receita líquida deve alcançar R$ 240 milhões, 12% mais do que no ano passado. A geração de caixa medida pelo Ebitda (juros, impostos, depreciação e amortização) deve somar R$ 50 milhões – contra R$ 37 milhões do exercício passado. A empresa exporta 25% da sua produção.

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