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O IBGE elevou pela primeira vez a estimativa para a safra brasileira de grãos em 2009. Após quatro sucessivos prognósticos negativos, o instituto estimou, no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de fevereiro, uma produção de 135,3 milhões de toneladas este ano, volume 7,3% inferior ao apurado no ano passado (recorde de 145,8 milhões), mas 0,5% maior do que a projeção referente a janeiro.

A pequena revisão para cima ante mês anterior foi motivada por mudanças nas informações relativas ao feijão e ao milho. O gerente de agricultura do IBGE, Mauro Andreazzi, explicou que 80% da safra 2009 já foi plantada e os principais motivos para a queda estimada ante a safra anterior são os preços, o clima e a dificuldade de crédito aos produtores.

Segundo ele, quando foram tomadas as decisões de plantio, no segundo semestre do ano passado, o crédito já estava escasso e os preços de alguns produtos estavam em queda, o que levou a menos investimentos dos produtores em tecnologia, gerando redução de produtividade e, em consequência, da safra.

Andreazzi ressaltou que as perspectivas para o milho e a soja, os dois principais produtos da safra brasileira, são de queda na produção, especialmente por causa do clima, no caso da soja, e também devido ao recuo nos preços e na demanda, no que diz respeito ao milho.

Juntos, o milho na primeira e na segunda safra deverá somar uma produção de 51,28 milhões de toneladas, com recuo de 15,7% na primeira colheita e de 6,2% na segunda.

A produção prevista nas duas safras é menor do que o consumo interno (46,7 milhões de t), mas o excedente, de cerca de 4,5 milhões de toneladas, será bastante inferior ao saldo entre a produção e o consumo gerado na safra anterior, de 10 milhões de toneladas. Andreazzi explicou que é difícil saber se esse milho que excede o consumo doméstico será exportado ou estocado.

No que diz respeito à soja, ele atribui a queda de 3,9% prevista na safra deste ano (totalizando 57,6 milhões de t) ao clima, por causa de estiagens nas principais regiões produtoras. Segundo ele, o mercado externo para o produto está estável, assim como os preços. O gerente explicou ainda que a safra da soja está integralmente plantada e a colheita vai, no máximo, até julho.

Arroz

Apesar da queda prevista na safra total de grãos em 2009, o arroz com feijão, produto básico na mesa das famílias brasileiras, terá aumento na produção. A produção total de feijão está estimada em 3,8 milhões de toneladas, com aumento de cerca de 16% sobre a safra anterior. Como o consumo doméstico do produto é de 3,7 milhões de toneladas, a perspectiva é que haja algum excedente que ajude a conter os preços.

O arroz em casca deverá registrar uma produção de 12,6 milhões de toneladas este ano, com aumento de 4% ante a safra anterior. Porém, no caso desse produto, a safra permanecerá inferior ao consumo doméstico, da ordem de 12,9 milhões. As cerca de 300 mil toneladas que faltam deverão ser importadas integralmente do Uruguai, segundo Andreazzi.

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