O principal índice das ações brasileiras caiu mais de 1 por cento nesta quinta-feira, ao menor nível em quase um ano, após um movimento generalizado de vendas diante da incerteza sobre a Grécia.
O Ibovespa recuou 1,17 por cento, para 60.880 pontos. É o menor nível de fechamento desde 5 de julho de 2010. O giro financeiro do pregão foi de 5,6 bilhões de reais.
O índice chegou a subir ao longo do dia, seguindo a reação positiva dos mercados norte-americanos a dados melhores que o esperado da economia dos Estados Unidos. No fim da tarde, porém, uma onda de aversão a risco derrubou as ações de forma generalizada no Brasil.
"As pessoas ficaram bem apreensivas com relação a esse movimento", disse Rossano Oltramari, analista-chefe da XP Investimentos. "O que deu o tom ao longo dos últimos dias foi a Grécia. Ela está cada vez mais próxima de um 'default' ou de uma reestruturação", completou, acrescentando que a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pela manhã, teve pouco efeito sobre o mercado acionário.
O principal temor do mercado é de que haja um efeito dominó na Europa com um eventual calote da Grécia. Autoridades da zona do euro ainda não decidiram a respeito de uma extensão da ajuda financeira internacional ao país, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta quinta-feira que a concessão da ajuda depende da realização das reformas combinadas.
Para Marianna Costa, economista da Link Investimentos, "os preços ainda não refletem a possibilidade de um default seletivo da Grécia e há mais espaço para quedas."
Entre as ações de maior liquidez, Vale PNA caiu 1,13 por cento, a 42,78 reais, Petrobras PN teve baixa de 0,04 por cento, a 23,29 reais, e OGX Petróleo perdeu 2,69 por cento, a 13,77 reais.
De acordo com um operador, a queda menos intensa da Petrobras pode ser atribuída à expectativa do mercado pela confirmação de que os investimentos da estatal até 2015 ficarão próximos de 224 bilhões de dólares, sem um aumento expressivo, conforme afirmado por fontes à Reuters na quinta-feira.
As ações do setor imobiliário também refletiram o pessimismo geral, mesmo depois do lançamento oficial da segunda etapa do programa Minha Casa Minha Vida. O índice do setor teve baixa de 1,57 por cento, com queda de 3,7 por cento da MRV, a 13,50 reais.O governo ampliou em 75 por cento os recursos do programa e sinalizou que o número de moradias incluídas pode chegar a 2,6 milhões até 2014.
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