• Carregando...

A Bolsa de Valores de São Paulo teve uma quarta-feira mais tranquila. A derrapada de 6,6 por cento da véspera chegou a atrair alguns compradores, com ajuda de comentários do chairman do Federal Reserve. Nada, entretanto, que conseguisse reverter as perdas no mês: o Ibovespa encerrou fevereiro em baixa de 1,68 por cento. Foi o pior desempenho desde agosto.

``Acho que hoje o dia foi um pouco mais calmo, em função da grande queda de ontem, que foi uma reversão exagerada. Mas também não acredito que volte ainda essa semana para o cenário anterior ao dia de ontem'', disse Andrès Kikuschi, analista de renda variável da corretora Link.

``Os dados de bens duráveis de ontem colocaram na mesa uma possibilidade de alteração do cenário econômico atual. Acho que até a sexta-feira que vem, com a saída do payroll (relatório de emprego nos EUA) vamos ter uma certa indefinição'', complementou.

O principal indicador da bolsa paulista encerrou o pregão perto da máxima do dia, com alta de 1,73 por cento, a 43.892 pontos. Há menos de uma semana, o índice tinha alcançado o recorde histórico de 46.452 pontos.

O volume financeiro ficou em 4,6 bilhões de reais, acima da média diária do ano, de pouco mais de 3 bilhões de reais.

Nos Estados Unidos, o mercado também fechou em alta, depois que comentários do chairman do Fed, Ben Bernanke, atenuaram preocupações de investidores sobre crescimento econômico. Ele disse que a economia norte-americana crescerá moderadamente e que parece não ter havido um motivo único para a queda da véspera.

Esta manhã dados norte-americanos mostraram que a economia avançou em um ritmo mais fraco do que o inicialmente estimado no quarto trimestre, mas relativamente em linha com as estimativas de analistas.

Já o Produto Interno Bruto brasileiro cresceu um pouco além do esperado no ano passado, estimulando até algumas previsões para cima da atividade neste ano.

``Vemos pouca coisa, se não nada, que sugira que a base para o mercado acionário global tenha sido desafiada nas últimas 24 horas'', afirmou o UBS Pactual em relatório.

``Além disso, com preços ainda razoáveis, os mercados acionários parecem atraentes em termos absolutos e relativos. Como resultado, vemos a fraqueza do mercado como oportunidade de compra'', complementou.

A corretora Merrill Lynch disse que se mantém otimista quanto às ações da América Latina, mas que os investidores devem ter em mente que a correção atual é só uma fração das recentes vendas -mencionando a queda de 21 por cento das ações latino-americanas registrada em maio de 2004 e a baixa de 28 por cento vista em maio de 2006.

Com a alta desta quarta-feira, o Ibovespa acumula baixa de 1,3 por cento em 2007.

Vale puxa alta

Como na véspera, as ações da Companhia Vale do Rio Doce foram as mais negociadas. Os papéis avançaram 3,65 por cento, para 62,46 reais, contribuindo para o bom desempenho da bolsa paulista.

``Por enquanto a gente continua otimista. Talvez (essa queda) tenha sido até uma boa oportunidade de fazer um bom stock picking (seleção de ações) esperando uma recuperação do mercado'', disse Kikuschi, da Link, recomendando ações do setor de consumo, voltadas para o mercado interno.

``O fundamento delas é pouco relacionado com o mercado internacional, ao contrário de uma Vale, uma siderúrgica, que vão ficar bem voláteis com alguma modificação de cenário econômico'', acrescentou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]