• Carregando...

A inflação pelo IGP-DI registrou no ano passado a quarta menor variação da história, e a perspectiva para 2007 é de manutenção do ritmo de alta dos preços.

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) fechou 2006 com alta de 3,79 por cento e, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a variação do indicador ao longo deste ano não deve ser muito diferente.

``Os IGPs de 2007 devem ser parecidos com os de 2006 ou ligeiramente maiores. Eles ficarão no máximo em 4 por cento se não houver choque cambial e do petróleo'', afirmou Salomão Quadros, economista da Fundação.

O IGP-DI em 2006 ficou dentro das previsões do mercado. Dez economistas consultados pela Reuters estimavam, em média, uma alta de 3,85 por cento, com os prognósticos variando de 3,75 a 3,93 por cento.

Para Quadros, a tendência deste ano é de aumento nos preços ao consumidor e queda nos custos no atacado, o que levaria a uma convergência desses dois segmentos.

``O desenho para 2007 é de um IPA menor, um IPC maior e de um INCC um pouco menor'', disse Quadros.

Em 2006, o Índice de Preços por Atacado (IPA) acumulou ganho de 4,29 por cento, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 2,05 por cento.

A expectativa de alta para os IPCs embute a aposta em uma aceleração nos preços das tarifas -basicamente de energia e telefonia- e nos administrados. Por outro lado, a estimativa de um IPA menor leva em consideração a provável estabilidade do dólar e ausência de choques agrícolas.

Estável

Pelos cálculos da FGV, a inflação brasileira entra em 2007 em um novo patamar, de maior estabilidade e sem movimentos bruscos.

``Em 2007 não vai haver fatores de desaceleração rápida da inflação. Vai ser uma inflação mais arrastada, diferente de 2005 que caiu bruscamente em relação a 2004. Quem vai mandar na inflação é a componente inercial e quando isso acontece (o movimento da) inflação é menos brusca'', avaliou Quadros.

Ainda assim, no quadro apontado pelo economista há dois focos de resistência inflacionária: a lenta desaceleração dos custos no setor de serviços e um possível movimento de recuperação de margem de lucro por parte das indústrias.

``Este ano o setor de serviços vai aparecer mais, há uma resistência na redução desses itens que devem ter uma contribuição maior no IPC em 2007'', disse Quadros, referindo-se a custos envolvendo serviços de cabelereiro, lavanderia, dentista, entre outros.

``São serviços que não têm nenhuma correlação direta com o câmbio e aproveitam a recuperação da renda e da massa salarial.''

No caso das indústrias, a expectativa é de que o setor tente aproveitar o processo de queda do juro e recuperação da atividade para recompor a margem de lucro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]