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A inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), usado para calcular o reajuste da maioria dos contratos de aluguel, acelerou ligeiramente em novembro, mas ficou abaixo do previsto por analistas. O indicador teve alta de 0,1% neste mês, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar da alta em novembro, o IGP-M acumula queda de 1,46% no ano.

O IGP-M deste ano deverá confirmar o que parte significativa dos especialistas vinha pregando desde meados de setembro do ano passado: a atual crise econômica mundial tem um caráter mais deflacionário que inflacionário. Passado mais de um ano do momento mais agudo da crise, o indicador deverá encerrar 2009 com uma deflação de, no mínimo, 1%.

Agora, até mesmo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, sempre refratário aos pedidos que lhe são feitos em relação à projeções para inflação, já fala abertamente que o indicador poderá encerrar este ano com uma deflação superior a 1%, a primeira vez que isso ocorre na série histórica iniciada em 1980. "Não vejo altas de preços que possam ser repassadas para a inflação a ponto de alterar esse quadro", afirmou.

Novembro

A variação de 0,1% em novembro ficou abaixo da registrada no mesmo mês de 2008, quando foi de 0,38%. Dentre os produtos que mais contribuíram para a manutenção do IGP-M num patamar baixo neste mês, segundo destacou Quadros, está o açúcar cristal. Com seu preço cotado no mercado internacional, o açúcar cristal, que ao longo do ano teve seu preço aumentado 81,77%, fechou em novembro com uma queda de 1,62%. Em outubro, havia subido 9,90%. "O açúcar explica boa parte da desaceleração da inflação", disse Quadros.

Outra justificativa para a inflação baixa vem do subgrupo combustíveis. O preço do óleo combustível subiu 0,39% neste mês, bem menos que a alta de 3,45% apurada em outubro. Outra commodity cuja queda de preço tem influenciado a inflação doméstica é o cobre – os preços de fios e cabos caíram 9,5% em novembro.

Uma indicação de que a economia interna vai bem, segundo o coordenador da FGV, é o grupo alimentação. Este, apesar de ter fechado o mês com uma queda de 0,11%, já mostra que os preços estão subindo, dado que em outubro a queda foi amplamente maior, de 1,08%. "Queda menor significa que preços estão subindo", alertou Quadros, ao se referir a um grupo de produtos cujo movimento está estreitamente ligado ao comportamento da renda e do emprego do consumidor.

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