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As novas regras do acordo automotivo entre Brasil e México, anunciadas ontem, devem reduzir a importação de veículos daquele país pela metade em relação ao esperado pelo governo brasileiro para este ano e conter o "surto de importações" de carros mexicanos. No ano passado, as importações de veículos somaram US$ 2,1 bilhões e a estimativa do governo era chegar a US$ 3 bilhões em 2012, praticamente o dobro da cota fixada no novo acordo – de US$ 1,45 bilhão – para vigorar por 12 meses a partir de segunda-feira. Isso deve representar pouco mais de 100 mil veículos, abaixo dos 147 mil comprados do México no ano passado

Os dois países também definiram as cotas para importação com tributação reduzida que começam a valer em março de 2013 (US$ 1,56 bilhão) e março de 2014 (US$ 1,64 bilhão), sempre considerando a média de importação dos três anos anteriores. A partir de 2015, volta a vigorar livre comércio. As cotas valem para os dois parceiros comerciais. Há um limite também para as exportações do Brasil ao México com benefício fiscal, mas as vendas brasileiras dificilmente vão atingir esse patamar.

Em relação ao conteúdo regional de peças, que hoje é de 30%, o Brasil não conseguiu impor o aumento para 45%. Ficou acordado elevar o porcentual para 35% agora e 40% a partir de 2013. Será discutida a possibilidade de nova elevação a partir de 2015. O governo brasileiro avalia, no entanto, que será difícil até para as montadoras instaladas aqui atingir esse patamar.

O Brasil também não conseguiu incluir ônibus e caminhões no acordo, devido à diferenças ambientais e técnicas. O acordo prevê, no entanto, discussões e o governo brasileiro espera resolver a questão dentro de um ano.

O ministro do Desenvol­vimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que a expectativa do governo é restabelecer o livre comércio com o México daqui a três anos, pois o objetivo das negociações era conter neste momento as importações daquele país. "Esse é o pano de fundo do acordo. O câmbio muito valorizado no Brasil provocou esse surto de importação de veículos mexicanos. Colocamos um limite para que essa entrada não constitua prejuízo muito grande à nossa economia", afirmou.

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