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Brasília – A contribuição das importações no aumento da oferta de produtos no país foi determinante para a ampliação do ritmo do corte na taxa de juros promovido na semana passada pelo Banco Central. Na avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom) – que reduziu a taxa Selic de 12,5% para 12% ao ano –, esses bens importados disciplinam os preços locais, mesmo com o crescimento da demanda interna. A ata da reunião foi divulgada ontem.

A decisão do colegiado, no entanto, não foi unânime. Cinco membros votaram pelo corte de meio ponto, enquanto outros dois preferiam a manutenção do ritmo de redução das reuniões anteriores, que foi de 0,25 ponto percentual.

Para o Copom, os cortes de juros já feitos desde setembro de 2005 ainda não surtiram impacto integral sobre a economia e vêem como fatores de incertezas o crescimento da renda e o aquecimento da economia. Esses fatores justificariam um corte de menor proporção.

Embora voto vencido, o Copom alerta para o risco que é a expansão da demanda interna no curto prazo, que pode colocar riscos para a dinâmica inflacionária no médio prazo. Outro fator de risco é a possibilidade de um repasse de pressões sobre os preços no atacado para os preços ao consumidor, influenciada pelo aquecimento da demanda. O BC alerta que continuará atento ao comportamento dos preços e pronto para adequar "a postura da política monetária às circunstâncias’’.

Também na ata divulgada ontem, o BC avalia que os preços do petróleo no mercado internacional seguem uma tendência de grande volatilidade. No entanto, mesmo com essa incerteza, o Copom espera que o preço da gasolina não sofra reajuste no acumulado deste ano. A previsão é a mesma para o gás de cozinha (botijão de gás).

O Comitê espera ainda que os preços da telefonia fixa tenham um reajuste de 3,3%, ante os 3,2% previstos na ata da reunião anterior, realizada em abril. A expectativa em relação ao conjunto de preços administrados passou de 4,2% para 3,6%. Esses itens representam 30,99% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador utilizado pelo governo para o sistema de metas de inflação. A meta para este ano é de 4,5%.

Aposta

O corte de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic, feito na última reunião do Copom, deve ser repetido no próximo encontro. A ata divulgada ontem é neutra e deixa espaço confortável para futuras deciões do BC. Porém, analistas de mercado acreditam que há uma inclinação maior para repetição do corte – o que derrubaria a taxa básica para 11,5% ao ano.

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