35,8% ao ano
Foi a taxa média de juros cobrada das pessoas físicas brasileiras no mês passado, de acordo com relatório do Banco Central. A média subiu 0,2 ponto porcentual, mesmo com os esforços do governo para tentar reduzir o custo do dinheiro. A elevação reverteu uma sequência de seis meses de queda. Já a taxa média geral de juros considerando também o custo do crédito das empresas caiu 0,2 ponto porcentual, atingindo 29,9% ao ano, o menor nível da série histórica.
A cautela dos bancos na concessão de crédito e os patamares altos de endividamento das famílias estão segurando o crescimento do mercado de crédito brasileiro, em meio à inadimplência ainda elevada. O Banco Central mostrou ontem que a taxa de atrasos nos pagamentos acima de 90 dias permaneceu no elevado patamar de 5,9% no mês passado, pelo terceiro mês consecutivo. Para pessoas físicas, ela continuou em 7,9% e, para empresas, apresentou leve recuo de 0,1 ponto sobre agosto, para 4%. "Os bancos estão mais cautelosos por conta da inadimplência. As famílias estão mais endividadas e está cada vez mais difícil pegar financiamento com prazos mais longos", afirmou o economista da LCA Wermeson França. O principal vilão tem sido o crédito automotivo, que acumula os maiores calotes. No mês passado, a taxa desse segmento subiu 0,1 ponto percentual, para 6%, próximo do recorde histórico de 6,1% atingido em maio deste ano. O chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, admitiu que a inadimplência tem surpreendido, mas voltou a defender que ela vai ceder até o final do ano.
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