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Se alguém podia negociar um cessar-fogo entre Apple e Google, esse alguém era Bill Campbell, um bem-afamado conselheiro de negócios do Vale do Silício, conhecido simplesmente como O Treinador.

Campbell, um ex-técnico de times universitários de futebol americano e ex-presidente da Intuit, exerceu papéis importantes no Google. Ele participou de encontros da alta cúpula da administração, aconselhou Schmidt em reuniões privativas a cada duas semanas, ajudou a estabelecer a estrutura de comando da empresa e teve participação no processo de apaziguar a relação entre Schmidt e os fundadores, que foi muito turbulenta no início. Campbell também é figura carimbada na Apple: é co-presidente do conselho de administração e foi uma das pessoas com quem Jobs se confidenciava du­­rante sua crise de saúde.

O Treinador tentou se comportar de modo diplomático e pôr panos quentes sobre os problemas entre Jobs e Schmidt, mas a tarefa não tem sido fácil. Camp­bell não quis se manifestar para esta reportagem, mas pessoas próximas a ele disseram que, no ano passado, ambos o pressionaram para que cortasse relações com a empresa do outro, algumas vezes dando ultimatos. Por fim, Campbell foi forçado a escolher. Segundo uma pessoa a par da situação, ele deixou suas responsabilidades formais no Google, embora ainda continue a montorear informalmente executivos da empresa.

Mitch Kapor, fundador da Lo­­tus Development e investidor na área de tecnologia, descreve a disputa como "vinho velho em garrafa nova": uma reminiscência de muitas batalhas corporativas no Vale do Silício. Ele vê nela uma re­­ciclagem da velha dinâmica que colocou em lados opostos Apple e Microsoft: a Apple ainda tenta controlar cada aspecto da experiência do usuário e o Google, como a Microsoft antes dela, trabalha com vários parceiros para inundar o mercado com um grande nú­­mero de dispositivos.

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