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Subestação que apresentou a falha faz parte do sistema de transmissão que conecta a usina de Itaipu a São Paulo | Christian Rizzi / Arquivo Agência De Noticias Gazeta Do Povo
Subestação que apresentou a falha faz parte do sistema de transmissão que conecta a usina de Itaipu a São Paulo| Foto: Christian Rizzi / Arquivo Agência De Noticias Gazeta Do Povo

CEB ainda não sabe o que causou apagão em Brasília

A Companhia Energética de Brasília (CEB) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o apagão que atingiu Brasília no início da tarde desta quinta-feira (4) deveu-se a um problema em uma linha que sai da subestação Brasília Sul de Furnas, localizada na cidade-satélite de Samambaia, e que abastece o restante do Distrito Federal

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Para especialista, problema é anormal e deve ser investigado

Professor e diretor da Coppe/UFRJ, o especialista em energia Luiz Pinguelli Rosa afirmou que, com base nas informações até o momento do ONS, este problema não é normal e precisa ser investigado. Para ele, há claros indícios que o sistema de distribuição está enfrentando problemas, pois há cerca de duas semanas houve problemas na distribuição da energia na região Norte e Nordeste do Brasil.

Naquele caso, um transformador de corrente da subestação da Eletronorte em Imperatriz, no Maranhão, entrou em curto-circuito, levando a um corte programado de cerca de 30% no fornecimento de energia aos estados do Nordeste, e em Tocantins e Pará, na região Norte.

"A boa notícia desta vez é que conseguiram isolar o problema, não foi um problema que afetou estados e grandes regiões inteiras, e que o restabelecimento foi muito rápido, se for confirmado que o problema durou cerca de 30 minutos isso é um bom sinal", afirmou Pinguelli, lembrando que o problema do Brasil não é de geração de energia.

A queda de energia que atingiu pelo menos cinco estados brasileiros nesta quarta-feira (3) afetou 380 mil consumidores no Paraná e foi causada por um curto-circuito seguido de um incêndio na subestação de Furnas de Foz do Iguaçu.

Balanço divulgado pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) aponta que a interrupção durou 45 minutos, entre 20h55 e 21h40, e deixou sem luz cerca de 9% das ligações do estado - há ligações cerca de 4 milhões no Paraná, no total.

As regiões que tiveram o maior número de afetados foram a de Curitiba e a do Litoral. Conforme a companhia, 114 mil consumidores tiveram problemas nessas áreas do estado. A assessoria de imprensa da Copel informou que o fato aconteceu porque o local é o que registra o maior número de consumidores.

No Norte do Paraná, a região de Londrina teve 110 mil afetados. No Noroeste, nas proximidades de Maringá, 85 mil consumidores ficaram no escuto. O Sudoeste registrou 52 mil atingidos pelas quedas e o Centro-Sul, teve 14 mil consumidores sem energia.

De acordo com a distribuidora paranaense, a interrupção aconteceu por uma determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Em casos como o desta quarta, a determinação é para que a distribuição dê um alívio na carga. Isso significa desligar alguns pontos de energia para que o sistema possa ser restabelecido.

A companhia foi orientada a diminuir em 7,5% o peso do estado na carga de energia. Em alguns momentos, durante a meia hora de interrupção, até 8% da carga foi desligada pela Copel. Existe uma ordem de prioridade para esses desligamentos, e os últimos afetados são estabelecimentos como hospitais, delegacias e meios de comunicação.

Curto-circuito causou problema

A Eletrobras Furnas, empresa pública de geração e transmissão de energia, relatou, por meio da assessoria de imprensa, que um transformador de 1650 Mega Volt Ampére (MVA) foi desligado as 20h55 na subestação de Foz do Iguaçu. O aparelho foi desativado pelo sistema automático de um dispositivo de proteção. Um curto-circuito registrado causou o desligamento primeiro de um equipamento de baixa tensão, chamado transformador auxiliar de aterramento.

O Corpo de Bombeiros de Foz do Iguaçu chegou a ser chamado para apagar um incêndio no local as 21h09; mas, em seguida, o pedido de socorro foi cancelado. As chamas, segundo os bombeiros, foram controladas pela brigada de incêndio da Usina de Itaipu, com a utilização de três veículos e uma equipe de sete pessoas.

A subestação que apresentou a falha - que integra o circuito de 50 Hertz que passa pela cidade de Ivaiporã, no Paraná - faz parte do sistema de transmissão que conecta a usina de Itaipu a São Paulo.

Por causa do problema, conforme informações da Eletrobras Furnas, ocorreu o desligamento automático de outros três transformadores maiores da subestação. As falhas interromperam "o despacho de 5.000 megawatts da Usina de Itaipu (600 hertz) ao Sistema Interligado Nacional (SIN)", declarou a empresa.

A manobra é realizada como forma de proteger os equipamentos. Houve a perda de 3.500 MW de um total de 60.000 MW produzidos, ou seja, pouco mais de 5%. A real extensão do blecaute e só deverá ser conhecida nesta quinta-feira, quando os técnicos começarem a investigar as causas.

De acordo com o presidente brasileiro da hidrelétrica binacional, Jorge Samek, a usina gerava por volta de 5.000 mw no momento da interrupção. "Não houve nenhum problema na usina, que continuou gerando normalmente", afirmou Samek.

O diretor geral do ONS, Hermes Chipp, minimizou o apagão, em entrevista à Rádio Estadão. Ele disse não ter um diagnóstico preciso sobre as causas da interrupção. Mesmo assim, segundo ele, a pane aconteceu por um problema pontual, e não estrutural. "Esses problemas acontecem, assim como na casa das pessoas. Apesar de fazer manutenção preventiva de seus eletrodomésticos, você eventualmente tem problemas. Em um sistema que tem mais de 100 mil quilômetros, problemas podem acontecer", defendeu.

Outros estados

Em São Paulo, a Eletropaulo, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica em 24 cidades do Estado, informou que o corte durou entre 2 e 5 minutos e atingiu pelo menos oito cidades da Região Metropolitana. Na capital, ficaram sem energia elétrica alguns bairros das zonas sul e leste. Na Grande São Paulo, foram afetados 695 mil clientes.

No Rio de Janeiro, ficaram sem energia alguns bairros da capital fluminense e municípios da Baixada e da Região Metropolitana, como Niterói e São Gonçalo. Segundo a assessoria de imprensa da concessionária Ampla, que atende as cidades de Niterói, São Gonçalo e da Região dos Lagos, a interrupção no fornecimento começou às 20h55. Em 80% das cidades cobertas pela Ampla, a falta de energia durou aproximadamente 15 minutos e, nas demais, a interrupção foi por cerca de 30 minutos. A energia foi totalmente restabelecida pouco antes das 21h30.

Na área coberta pela Light, a queda de energia atingiu algumas subestações do município do Rio, além de Nova Iguaçu, Itaguaí e Seropédica, na Baixada Fluminense. A interrupção no fornecimento não chegou à zona sul da capital fluminense nem no centro financeiro do Rio.

Em Minas Gerais, a Cemig informou que a falta de luz atingiu vários municípios do Estado, entre eles Sete Lagoas, Uberaba, Patos de Minas, Uberlândia, Lavras, Caxambu e Ribeirão das Neves.

O ONS informou ainda que a queda da energia no estádio Centenário, em Resistência, na Argentina, onde jogariam as seleções do Brasil e da Argentina, não está relacionada com problema em Furnas

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