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Economia da China faz “pouso suave”- O Produto Interno Bruto (PIB) da China fez um “pouso suave” ao crescer 9,2% em 2011, dizem economistas. O resultado superou as previsões de analistas e a meta do governo de avançar 8%, mas mostra uma acomodação do ritmo de expansão, já que em 2010 a expansão foi de 10,3%. O PIB chinês terminou 2011 em 47,15 trilhões de iuanes, ou cerca de US$ 7,46 trilhões. Na foto, chineses passam por túnel de lanternas na cidade de Xi’an, às vésperas do ano-novo lunar, que começa dia 23 e termina em 9 de fevereiro de 2013. Trata-se do Ano do Dragão, que parece trazer bons agouros: segundo especialistas, o signo é o mais forte do horóscopo chinês, e está associado a riqueza, felicidade e boa sorte. | China Daily/Reuters
Economia da China faz “pouso suave”- O Produto Interno Bruto (PIB) da China fez um “pouso suave” ao crescer 9,2% em 2011, dizem economistas. O resultado superou as previsões de analistas e a meta do governo de avançar 8%, mas mostra uma acomodação do ritmo de expansão, já que em 2010 a expansão foi de 10,3%. O PIB chinês terminou 2011 em 47,15 trilhões de iuanes, ou cerca de US$ 7,46 trilhões. Na foto, chineses passam por túnel de lanternas na cidade de Xi’an, às vésperas do ano-novo lunar, que começa dia 23 e termina em 9 de fevereiro de 2013. Trata-se do Ano do Dragão, que parece trazer bons agouros: segundo especialistas, o signo é o mais forte do horóscopo chinês, e está associado a riqueza, felicidade e boa sorte.| Foto: China Daily/Reuters

As variáveis

Três protagonistas da economia global contribuem com influências diferentes para o cenário confuso em que o Copom terá de decidir sobre os juros.

Negativo - Europa

O rebaixamento do rating soberano de nove países e do fundo de socorro do Banco Central Europeu trouxe novas incertezas a um ambiente já difícil. No primeiro trimestre deste ano, as sete maiores economias do continente terão de pagar perto de US$ 470 bilhões em dívidas que estão para vencer. É o período de maior risco, porque governos como Itália e Grécia podem não conseguir cumprir com seus compromissos. Em caso de calote, a crise cresce.

Positivo - Estados Unidos

A atividade industrial na região de Nova York subiu 4,3% em janeiro, segundo divulgou ontem o Federal Reserve (o banco central de lá). É o segundo mês consecutivo de alta, o que foi comemorado como boa notícia pelos analistas. Outros números corroboram a ideia de que a economia americana deixou de encolher, embora alguns dados ainda sejam ruins. O mercado imobiliário ainda não se recuperou e os pedidos de seguro desemprego continuam aumentando.

Mais ou menos - China

A economia do gigante oriental cresceu 9,2% em 2011. Como a média dos últimos anos vinha sendo mais alta (em 2010 foram 10,3%), não é um número a ser comemorado. Mas esperava-se menos, então esse porcentual foi suficiente para trazer alívio ao mercado. O crescimento chinês é importante para o Brasil: trata-se do nosso maior parceiro comercial e as suas compras são decisivas para os preços de mercadorias como soja e minério de ferro.

Nível

11% ao ano é o nível atual da Selic. Por enquanto, o mercado financeiro prevê que a taxa chegará ao fim do ano em 9,5% – ou seja, ela tende a ser reduzida em 1,5 ponto porcentual até lá.

O Comitê de Política Mone­tária do Banco Central (Copom) dará hoje seu veredito para a taxa de juros sob um cenário mais que incerto. No front interno, o ambiente parece mais tranquilo do que há algumas semanas, com as expectativas de inflação dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 2,5% a 6,5%. O problema está lá fora: há chances reais de um acirramento na crise europeia, com consequên­cias imprevisíveis para a economia global.

A maioria dos bancos e consultorias trabalha com a certeza de que o Copom deve reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto porcentual hoje para 10,5% ao ano. O consenso – pelo menos até o rebaixamento das dívidas de 16 países europeus e do fundo comunitário de socorro, nos últimos dias – era de que o comitê deveria empreender duas reduções de juros no primeiro semestre deste ano. Assim, a taxa Selic chegaria ao meio do ano em 10% e eventualmente poderia voltar a subir na sequência, de forma a manter a inflação controlada.

Essas previsões tendem a ser revistas nos próximos dias. "É um dos cenários mais delicados que eu já vi", diz Nastassia Romanó Leite de Castro, economista da corretora Omar Ca­­margo Inves­timentos.

O que torna o cenário difícil de ser definido é a presença de forças opostas. A Europa está no centro de uma delas, devido à crise. Do outro lado estão os Estados Unidos, cujos indicadores apontam para a recuperação de uma economia ainda combalida desde a crise de 2008. Dados de emprego e da construção civil demonstram que o país está superando os problemas. Em se tratando da maior economia do mundo, com um PIB de US$ 15 trilhões (o dobro da China, que tem a segunda economia do mundo), a notícia é boa.

A China é outro fator que teve reflexos positivos. De 2008 para cá, com seu crescimento estrondoso, o país oriental tem "segurado" os níveis globais de demanda. Nos últimos meses, entretanto, cresciam os temores de que uma desaceleração no crescimento chinês poderia comprometer a capacidade de recuperação da economia global. Dados divulgados ontem mostraram que a China cresceu 9,2% no ano passado, superando largamente as expectativas de 8% de algumas instituições.

"O PIB menor da China, e provavelmente dos demais emergentes, está de acordo com a forte elevação de 2010 depois do desastre de 2009. Mas também é um sinal de arrefecimento econômico devido aos efeitos colaterais negativos produzidos pela crise de crédito nos chamados ‘desenvolvidos’", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

A possibilidade de a economia internacional rumar para uma desaceleração ou até mesmo à recessão influi na decisão do Copom. Em ambas as hipóteses, as exportações brasileiras diminuiriam, abatendo os ganhos das empresas e, em consequência, também dos trabalhadores.

Nesse caso, a demanda cai e os preços tendem a se manter ou até a baixar, o que garantiria uma inflação baixa – ambiente em que a taxa de juros poderia cair mais, de forma a estimular a economia. Por outro lado, se a economia global se sustentar, voltará o temor de aumento na inflação. "O aumento do salário mínimo e os dissídios trarão pressão sobre os preços", diz Nastássia, da Omar Camargo.

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