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Rio (Folhapress) – A ilegalidade representa mais de 20% do mercado de álcool no Brasil, estima o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). Existem diversas formas de adulteração do álcool. As principais consistem em adicionar mais álcool do que a proporção de 25% à gasolina ou molhar o álcool anidro e vendê-lo como hidratado. O álcool hidratado é usado para abastecer os automóveis, vendido nas bombas dos postos.

Os dados oficiais da Agência Nacional do Petróleo (ANP) estimam o crescimento do mercado de álcool em 2005 em 2,3%. As distribuidoras do Sindicom registraram no período um crescimento de 14,1%.

De acordo com as estimativas do Sindicom, existem 2,4 bilhões de litros de álcool hidratado e anidro no mercado clandestino. A projeção é decorrente do seguinte cálculo: para produzir os 23,5 bilhões de litros de gasolina previstos para este ano são necessários 5,9 bilhões de litros de álcool anidro. Dados dos produtores de álcool mostram uma oferta de 7,5 bilhões de litros. As informações oficiais citam o tamanho do mercado de álcool hidratado em 4,4 bilhões de litros. A oferta, segundo os produtores, chegou a 5,2 bilhões de litros. O excedente das duas modalidades de álcool não foi computado em dados oficiais, mas esteve em circulação no país.

As estimativas do Sindicom apontam que a sonegação de combustíveis pode chegar a R$ 2,6 bilhões por ano. Deste total, a adulteração de álcool e a de gasolina representam R$ 1 bilhão cada.

Segundo o vice-presidente executivo do Sindicom, Alisio Vaz, o mercado de álcool sofreu uma mudança drástica com o encarecimento do petróleo e com o aumento dos veículos bicombustíveis. "O consumidor voltou a ter o álcool como opção. O Brasil está na vanguarda do mundo com a opção de combustíveis nos postos para o consumidor, mas ao mesmo tempo o mercado de álcool é uma esculhambação", disse.

De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a venda de veículos bicombustíveis cresceu 65% no acumulado do ano até novembro. Somente no mês passado, o crescimento foi de 195%. Neste ano, a venda de veículos flex vai superar pela primeira vez a venda de carros movidos a gasolina. A associação prevê que este cenário se mantenha no próximo ano.

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