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Após as altas de setembro e outubro, o IPCA deve passar por um processo de desaceleração, na avaliação da economista-chefe da corretora Icap Brasil, Inês Filipa. Para ela, o índice atingiu seu pico no mês passado e poderá registrar uma taxa 0,18 ponto porcentual menor no fechamento de novembro. "A expectativa inicial é de arrefecimento do IPCA no mês seguinte [novembro], com o IPCA-15 ainda pressionado, mas abaixo de 0,70%, e o fechamento de novembro em torno de 0,57%", destacou, em relatório.

Antes da divulgação do resultado do IPCA de setembro, a expectativa da Icap era de uma retomada da inflação, oscilando em torno de 0,38% ao mês após período de estabilidade dos preços, permitindo que o IPCA encerrasse o ano com taxa em torno de 5,0%. Segundo Inês, no entanto, a reversão dos preços dos alimentos veio na sequência com uma "força maior", seja por ajuste de produção ou oferta dos produtos in natura, ou por uma maior pressão da alta das commodities no mercado internacional.

Dentro deste novo contexto e já com a forte taxa de outubro, a economista passou a trabalhar com a previsão de que o resultado do IPCA no acumulado de 2010 atingirá 5,44%. Com isso, o indicador do IBGE superaria em quase um ponto porcentual o centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central.

Para 2011, ela trabalha com uma estimativa de taxa acumulada de 5%. "Inicialmente mantemos a avaliação de que a inflação tenha atingindo seu pico de alta e se estabilize, mesmo que em um patamar elevado, e que a pressão das commodities agrícolas arrefeça em meados de 2011."

Apesar desse relativo alívio, Inês avalia que os riscos para a inflação do ano que vem "são relevantes". Segundo ela, além da tendência de pressão do grupo alimentação, deve haver maior impacto dos preços administrados. Isso porque o Índice Geral de Preços –Mer­­cado, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), usado para reajustar contratos como os aluguéis, caminha para fechar 2010 com uma taxa na casa de 10%, após sofrer deflação em 2009.

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