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Notas de dólar: moeda subiu 1% na semana | Ronal Schemidt/AFP
Notas de dólar: moeda subiu 1% na semana| Foto: Ronal Schemidt/AFP

R$ 2,0444 por dólar

Essa foi a cotação de fechamento da moeda americana ontem. A insegurança com o cenário internacional é a principal causa da instabilidade no câmbio e também para a desaceleração no crescimento econômico brasileiro.

Neologismo

Economia está no "esquentamento", diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff respondeu nesta sexta-feira de maneira bem-humorada a jornalistas sobre o fraco desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre do ano e demonstrou confiança em melhores resultados até o final do ano. Ao receber no Palácio do Planalto atletas brasileiros que vão disputar os Jogos Olímpicos de Londres, jornalistas perguntaram à presidente se "o PIB merecia medalha". "Vocês vão ver só. A gente está só no esquentamento", disse ela, erguendo os braços como quem levanta pesos.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do PIB, mostrou recuperação em abril quando comparado com março mas ainda indica fraqueza da economia, na avaliação de economistas. Segundo dados divulgados pelo BC na sexta-feira, o IBC-Br subiu 0,22% em abril, depois de ter registrado uma queda revisada de 0,61% em março.

Economistas previam alta de 0,20% em abril, segundo a mediana de dez estimativas. "O índice confirmou a atividade econômica mais fraca neste momento", resumiu o economista da Votorantim Corretora Alexandre Andrade. O sócio da Leme Investimentos Paulo Petrassi foi na mesma linha. "O número do IBC-Br é relativamente neutro, veio em linha com as expectativas, mas também mostra uma economia fraca."

Para Andrade, a atividade deve seguir fraca neste trimestre, já que os efeitos defasados do afrouxamento monetário e as medidas de estímulo econômico serão sentido mais fortemente no segundo semestre, além da desoneração da folha de pagamento para setores da indústria, que passará a vigorar no período.

As revisões feitas pelo BC nos meses anteriores elevaram a expansão do primeiro trimestre, na comparação com os últimos 3 meses de 2011, para 0,49%, ante 0,15% divulgado em maio. A principal revisão ocorreu em fevereiro. Com os novos números divulgados pelo BC, o segundo mês do ano passou a registrar um crescimento de 0,56% – ante queda de 0,38%, segundo os dados divulgados em maio.

Previsões de bancos

Segundo a mediana das expectativas de 29 bancos que participaram da Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado, realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) entre os dias 8 a 12 de junho, o crescimento não passará de 2,5%. Em abril, a pesquisa apontava alta de 3,2%.

O levantamento, divulgado ontem, também estima para uma expansão do PIB em 2013 da ordem de 4,3%, ante os 4,2% apurados um mês antes. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o levantamento mostra que a mediana das expectativas para este ano é de que a inflação feche em 5% e para 2013 espera-se 5,5%. Na pesquisa de abril, as projeções ficaram em 5,1% e 5,5%, respectivamente. A taxa básica de juros, a Selic, segundo os bancos que participaram da pesquisa de janeiro, deverá terminar 2012 em 7,75% ao ano e 2013, em 9%.

Dólar

A insegurança no cenário político internacional, principal fator que tem contribuído para comprimir as expectativas de crescimento, também mexeu com o mercado de câmbio no Brasil. Ontem o dólar fechou em queda de 0,66%, cotado a R$ 2,0444 na venda. Na semana, porém, a moeda norte-americana acumulou alta de 1%, justamente por causa da maior aversão ao risco no exterior e especulações em relação ao futuro de países como Grécia, Espanha e Itália, que estão no centro da crise europeia. O mercado espera agora que o governo apresente medidas para melhorar o fluxo de recursos externos e diminuir a volatilidade no câmbio. Entre elas estaria a redução da alíquota do IOF nos investimentos estrangeiros em renda fixa.

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