• Carregando...

A manutenção da taxa Selic em 8,75% ao ano foi aprovada pelo setor industrial. A decisão foi classificada como "acertada" pela Confederação Nacio­nal da Indústria (CNI), que afirma que isso indica que o Banco Central "percebe que as pressões inflacionárias existentes são temporárias e sazonais". "A decisão é uma demonstração de respeito à produção, ao crescimento, ao emprego e, acima de tudo, ao Brasil", afirma nota divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, afirmou, em nota, que um eventual aumento nos juros neste momento seria inadequado porque não teria efeito sobre os preços e prejudicaria a retomada da atividade industrial. "Apesar dos resultados positivos atualmente observados, a indústria ainda está em recuperação e não alcançou os níveis pré-crise. Em especial, o nível de utilização da capacidade instalada é bem inferior ao de setembro de 2008", lembrou Monteiro Neto.

"Precisamos estar unidos, governo e sociedade, nesse momento em que ainda saímos de grave crise internacional. O governo foi sensível ao nosso apelo, baseado em concreta argumentação técnica, e renovou as condições de crescimento, com a natural geração de novos empregos. Ganham todos, em especial o Brasil", diz o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, na nota.

Comércio

A decisão também foi elogiada por entidades representativas do comércio. Para elas, o aumento de preços no início do ano foi causada por fatores sazonais e medidas já adotadas devem equilibrar o consumo. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Feco­mercio-SP) afirmou que a decisão foi a melhor para este momento. "Elevações da taxa básica de juros custam muito caro aos cofres públicos e certamente exigem um esforço extra do governo para conseguir um resultado fiscal mais robusto. Esse custo, se acontecer, será repassado sob a forma de aumento da carga tributária e de encarecimento das prestações no caso dos financiamentos no setor bancário", afirmou o presidente da entidade, Abram Szajman.

Centrais sindicais

As centrais sindicais, no entanto, criticaram a decisão do Copom. "O Comitê de Política Monetária perdeu a oportunidade de acelerar o nosso crescimento econômico e tirar do Brasil o título de recordista mundial em juros", afirma em nota Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores. A Força Sin­dical classificou a decisão de "perversidade com os trabalhadores". "O termômetro dos tecnocratas do Banco Central tem se mostrado extremamente frio com o setor produtivo, que gera emprego e renda, mas apresenta uma temperatura muito agradável para os especuladores", diz Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da entidade, em nota.

As centrais afirmam que os juros neste patamar prejudicam os investimentos e a expansão do setor industrial no país. "Esta decisão está em descompasso com a perspectiva de um crescimento expressivo da economia brasileira", diz a Força.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]