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Brasília - Ao optarem por queimar estoques em vez de aumentar a produção, para dar conta da crescente demanda do mercado consumidor varejista, as indústrias brasileiras contribuem para que o Produto Interno Bruto (PIB) seja menor do que o esperado.

A afirmação é do diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), João Sicsú, feita nesta quarta-feira(3) durante o lançamento da publicação Conjuntura em Foco, que aborda o tema Flutuação de Estoques e Produto Industrial.

"O PIB estará aquém das expectativas por conta da produção industrial, e não do movimento de consumo e comércio. Trata-se de um comportamento racional dos empresários, que buscam não incorrer em custos, atendendo ao comércio varejista com a queima de estoques e não com a produção", disse o diretor do Ipea.

Mas o momento atual, de acordo com Sicsú, já começa a ser de recuperação para as indústrias. "Em março e abril, as indústrias realizaram um movimento de recomposição de estoques, o que resultará, mais à frente, em crescimento do PIB", avaliou.

Segundo o estudo, dados de abril indicam leve recuperação da produção industrial. Em particular, pelo fato de 4,1% das empresas terem relatado deter estoques insuficientes.

"A partir da queima de estoques indesejados ocorrida no último trimestre de 2008 e de um processo de recomposição gradual nos dois primeiros trimestres de 2009, a economia brasileira deverá trabalhar com um nível normal de estoque já no terceiro trimestre deste ano, compatível com os patamares registrados no terceiro trimestre de 2007 e um pouco inferior ao do terceiro trimestre de 2008", disse Sicsú.

"E, no período entre julho de 2009 e junho de 2010, teremos um PIB com crescimento bastante aceitável até para tempos de normalidade. Todos indicadores apontam para isso", completou.

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