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Apesar de as vendas da indústria mundial de música estarem em queda pelo sétimo ano consecutivo, um evento anual do setor em Cannes, na França, reaqueceu discussões sobre como investir em vendas digitais diante da concorrência da temida palavra: gratuito.

O segmento prevê que as vendas mundiais caíram em 2006, apesar do faturamento do segmento de música digital ter praticamente dobrado para US$ 2 bilhões, e da música continuar mais popular do que antes.

Os críticos das grandes gravadoras argumentam que elas se dedicaram ao combate à pirataria e que, ao fazê-lo, prejudicaram o crescimento dos negócios legais de música.

Em resposta, os acusados alegam que não tinham outra escolha.

- Muita gente no mundo me diz que lidamos com nossos problemas de maneira incorreta, mas ninguém diz o que deveríamos ter feito - disse John Kennedy, presidente da organização setorial IFPI, em entrevista à Reuters. - É quase impossível competir com a gratuidade - acrescentou.

Boa parte dos debates durante o evento na costa francesa giram em torno do conceito de Administração de Direitos Digitais (DRM, da sigla em inglês), tecnologia que pode restringir o uso da música adquirida pela internet e foi adotado como parte de recentes esforços para conter a pirataria.

Os defensores dizem que o DRM também oferece alternativas, como serviços por assinatura ou bancados por publicidade, e que a música protegida por um portal não pode ser distribuída em redes de troca de arquivos.

Entretanto, um dos resultados dos sistemas de DRM é que as canções compradas legalmente, em sites como o Rhapsody, não podem ser usadas no iPod, player líder de mercado, porque os formatos não são compatíveis, o que potencialmente restringe o crescimento das vendas legais.

- A administração de direitos digitais faz exatamente isso, ou seja, administra os direitos digitais, e se não os estivéssemos administrando as manchetes acusariam a indústria da música de irresponsabilidade e de criar anarquia - afirmou Kennedy.

Sem dúvida, nem todo mundo concorda com essa visão. David Pakman, presidente-executivo do eMusic, segundo maior serviço de música digital atrás do iTunes no mercado dos EUA, é um grande crítico da DRM.

O eMusic é somente um entre vários outros que oferecem faixas no formato MP3, o que significa que podem ser tocadas em qualquer player digital, incluindo no iPod. Esta postura resulta em nenhuma das quatro grandes gravadoras - responsáveis por dois terços da música mundial - fornecendo apoio ao serviço.

- É o mesmo modelo que foi usado para CDs e DVDs, a compatibilidade universal, e nós pensamos que a DRM é o fator que tem segurado o crescimento do mercado digital hoje - disse o executivo à Reuters.

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