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Fábrica de telhas da Eternit, em Colombo: otimismo com o pacote que será lançado pelo governo. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Fábrica de telhas da Eternit, em Colombo: otimismo com o pacote que será lançado pelo governo.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Entre grandes fornecedores de materiais para construção, as previsões sobre o desempenho do mercado variam conforme a empresa. E algumas já não se arriscam a palpitar. É o caso da Votorantim Cimentos – que tem fábrica em Rio Branco do Sul, na Grande Curitiba –, acostumada a fazer projeções com até um ano e meio de antecedência. "A partir de dezembro, ficou muito difícil. A cada dia há informações que nos levam a pensar ora em retração, ora em crescimento. A incerteza ainda é enorme", comenta o diretor comercial da empresa, Marcelo Chamma.

De fato, os indicadores apontam para várias direções. De um lado, o mercado de trabalho perde fôlego, de outro a Caixa Econômica Federal anuncia recorde de financiamentos. A produção de insumos da construção se manteve em alta superior a 8%; no entanto, a venda de materiais de construção caiu por cinco meses seguidos no varejo do Paraná. "A avaliação que conseguimos fazer, por enquanto, é que em estados mais ricos – e o Paraná é um deles – a construção sofrerá mais com a crise."

A concorrente Cimento Itambé, instalada em Balsa Nova, também na região metropolitana da capital, se mostra mais confiante. "Em 2008, crescemos 30% e batemos nosso recorde de vendas. Para 2009, o crescimento ficará na faixa de 2%", diz Lycio Roberto Vellozo, diretor comercial da empresa. Mas ele reconhece que o chamado "consumidor formiguinha", que compra no varejo para fazer pequenas reformas, pode ser mais afetado. "Cerca de 25% do que vendemos é para esse consumidor, e, se o crédito rarear, ele pode deixar a reforma para depois. Mas os outros 75%, que vendemos para construtoras, parecem não ter sido tão afetados."

Outra empresa que tem fábrica na região metropolitana, a Eternit, de Colombo, aposta no pacote habitacional que o governo federal deve anunciar após o carnaval – e que tende a beneficiar seu principal cliente, o consumidor de média e baixa renda. "Por enquanto, não temos motivo para rever nossas expectativas e, apesar da ampliação da fábrica do Paraná, em todo o país atravessaremos o ano ocupando de 90% a 100% de nossa capacidade de produção", diz o presidente da companhia, Élio Martins. Para ele, a Eternit deve crescer de 3% a 6% no ano.

Na fabricante de estruturas metálicas Tecmetal, de Araucária, a previsão é de uma baixa de 10% no faturamento. Fornecedora de obras industriais, a empresa notou que a concorrência ficou muito mais acirrada – são várias empresas disputando as mesmas obras. "Com o aumento da disputa, os valores que recebemos caem", explica Celso Thá, presidente da empresa.

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