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No país

Setor recua em sete locais, mas cresce no maior parque industrial do país

Agência Estado

A indústria recuou em metade dos 14 locais pesquisados no país na passagem de abril para maio, segundo o IBGE. No entanto, o maior parque industrial brasileiro mostrou resultados positivos. A indústria paulista registrou a segunda expansão consecutiva, puxada pelo bom desempenho do setor de produtos alimentícios.

A alta na produção em São Paulo foi de 1,0% em maio, após já ter subido 3,5% no mês anterior, o que resultou num crescimento de 4,6% acumulado nos últimos dois meses. Na comparação com maio de 2013, oito locais tiveram recuo na produção industrial.

Segundo o economista Fernando Abritta, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE, o comportamento de menor dinamismo da indústria nesses locais reflete uma série de fatores conjunturais, como taxa de juros alta, inflação, desaceleração no crédito, menor crescimento no consumo das famílias, queda na confiança do empresário e balança comercial desfavorável.

A produção industrial do Paraná caiu 3,7% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados apontam que o estado apresentou a terceira queda seguida nesse confronto, com resultados de -3,3% em março e de -11,8% em abril.

INFOGRÁFICO: Confira o desempenho da indústria paranaense nos últimos 12 meses

As quedas consecutivas fazem o acumulado do índice nos últimos 12 meses enfrentar desacelerações consecutivas desde fevereiro. No segundo mês do ano, a soma do desempenho do setor nos 12 meses anteriores era de 4,7%. Este índice caiu para 4,5% em março, 2,4% em abril e 1,9% em maio.

Em maio de 2014, ante o mesmo mês de 2013, 11 dos 15 setores pesquisados tiveram queda na produção. O setor com a maior retração foi o de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,5%), seguido por produtos alimentícios, produtos de metal – exceto máquinas e equipamentos (-8,4%); produtos de madeira (-6,7%); e fabricação de móveis (-5,5%). Tiveram os melhores resultados nesse confronto os setores de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (alta de 15,5%) e produtos de borracha e de material plástico (6,9%).

Nos últimos 12 meses, cinco dos 15 setores pesquisados têm resultados negativos no índice de produção industrial. Acumulam as maiores quedas no período os setores de fabricação de móveis (-2,9%), produtos alimentícios (-1,6%), e celulose, papel e outros produtos de papel (-1,5%). Os melhores resultados nesse recorte são dos setores de produtos de madeira (14,8%), produtos de minerais não-metálicos (11,1%) e produtos de borracha e material plástico (9,7%).

Explicação

Para Francisco José Gouveia de Castro, economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), os números desfavoráveis "resultam do mix entre a política econômica adotada pelo governo federal, a insegurança institucional e a expectativa negativa dos setores produtivos diante das pífias taxas de crescimento e da aceleração e generalização dos reajustes de preços no país."

Castro observa que o Paraná vem acusando sinais de contágio da regressão da indústria brasileira. "O setor mais emblemático é o automotivo que passa por uma forte retração das vendas internas e aumento dos estoques nas fábricas e revendas. Como consequência, as grandes montadoras vêm adotando medidas de corte de produção, suspensão temporária de contratos de trabalho, férias coletivas e programas de demissão voluntária (PDV)", observa.

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