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Curitiba – A indústria do Paraná vem apresentando resultados negativos no segundo semestre de 2005. A produção industrial caiu em agosto pelo segundo mês consecutivo. Além disso, o faturamento das indústrias paranaenses também está em queda quando comparado ao do ano passado. Os setores ligados à agroindústria são os principais responsáveis por puxar os resultados para baixo.

Segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial do Paraná teve queda de 3,4% em agosto. Dos 14 estados pesquisados pelo IBGE, apenas três tiveram comportamento negativo em agosto. Além do Paraná, que teve o segundo pior desempenho, as indústrias de Santa Catarina e Ceará também reduziram sua produção. No acumulado de janeiro a agosto a produção industrial paranaense cresceu 5,2% e avançou 8,2% nos últimos 12 meses.

No tocante às vendas, a indústria paranaense teve queda de 3,48% em relação a agosto de 2004, porém, quando a base de comparação é julho, o faturamento cresceu 11,08%. Segundo a pesquisa Análise Conjuntural, elaborada pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), esse resultado não foi suficiente para evitar que o faturamento do setor ficasse negativo em 0,38% no ano.

Segundo o economista do IBGE, André Macedo, o principal impacto negativo da produção industrial de agosto veio do segmento máquinas e equipamentos, que caiu 27,1%, como reflexo dos prejuízos na agricultura. A indústria de alimentos exibiu a segunda maior pressão negativa sobre a taxa global, tendo registrado variação negativa de 6%, seguida pelo segmento de madeira, que teve queda de 20,7%.

De acordo com Macedo, a queda na produção da indústria de alimentos foi causada pelos derivados da soja e açúcar cristal. "Além da quebra da safra de soja, outro ponto que pesou neste indicador é a base de comparação com o ano passado", explica o economista do IBGE. No caso da madeira, os resultados negativos são conseqüência da situação desfavorável do câmbio.

Além de fatores macroeconômicos, como juros altos, tributação elevada e real valorizado, o resultado negativo nas vendas, segundo o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, pode estar sendo influenciado pela falta de capacidade de endividamento do consumidor por meio do crédito pessoal. "Há pouca margem para endividamento saudável dentro do mercado consumidor, o que afeta as vendas industriais internas", avalia Schmitt.

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