• Carregando...

São Paulo – Estudo divulgado ontem pelo Dieese mostrou que o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos trabalhadores em 2005 ficou concentrado no setor industrial, atingindo especialmente os metalúrgicos, e as regiões Sudeste e Sul. De acordo com o levantamento, elaborado dentro da série Pesquisas Sindicais, a partir de um painel de 123 acordos e convenções firmados no ano passado, 73,2% dos entendimentos foram feitos na indústria, 13,8% em serviços e 13% no comércio.

O Dieese destacou que os acordos de PLR foram conquistados muitas vezes por meio de greves realizadas nas empresas e foram, principalmente, negociados pelos sindicatos, federações ou confederações profissionais, diretamente com as empresas ou com as respectivas representações patronais de suas categorias. Segundo o Dieese, a concentração no setor industrial provavelmente foi motivada pelo fato de as empresas industriais terem maior porte econômico, além de o setor ter maior tradição de ação sindical.

O estudo mostrou que, quando foram consideradas as categorias que mais negociaram a PLR no ano passado, os destaques também ficaram na indústria, uma vez que os maiores porcentuais foram encontrados entre metalúrgicos (36,6%) e químicos (13,8%). Em terceiro lugar, ficaram os comerciários (13%), seguidos pelos urbanitários (8,9%), trabalhadores do segmento de transportes (6,5%), alimentação (4,9%) e vestuário (3 3%).

Na outra ponta, ficaram os professores do ensino privado, com 0,8% dos acordos e convenções, mesma participação dos jornalistas e dos trabalhadores do segmento de fiação e tecelagem.

A pesquisa mostrou que as regiões Sudeste e Sul representaram 63,4% dos acordos e convenções celebrados no ano passado e que, entre os estados, os destaques foram São Paulo (25%), Paraná (14,6%), Minas Gerais (9,8%) e Ceará (9,8%). No Paraná, 70 mil trabalhadores foram beneficiados pelos acordos, concentrados na indústria metalúrgica, no sistema bancário e financeiro e na área de telecomunicações. O valor médio das bonificações foi equivalente a dois salários do trabalhador.

No painel analisado, 51,2% dos acordos e convenções pagaram os valores da PLR aos trabalhadores de forma desigual entre os funcionários, 36,6% pagaram valores iguais e 12,2% pagaram uma parte igual para todos e uma parte de acordo com o salário. Os valores mínimos garantidos nos benefícios desiguais variaram bastante, chegando em alguns casos a superar os R$ 5 mil. No grupo dos acordos com valores iguais entre os funcionários, 25,6% pagaram entre R$ 1,2 mil até R$ 3 mil, o que representou a maioria dos acordos com valores iguais.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]