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Curitiba – A indústria brasileira de eletroeletrônicos comemora os resultados alcançados durante o primeiro semestre de 2005, mas se mostra apreensiva com relação aos próximos meses. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), o parque nacional registrou um crescimento de 5% nos primeiro cinco meses deste ano. O bom desempenho, explica a entidade, é decorrente do crescimento de 58% nas exportações, que atingiram US$ 3,01 bilhões no período.

O Paraná, segundo pólo produtor de eletroeletrônicos no país, também registrou bons números no primeiro semestre. De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), as vendas de produtos eletroeletrônicos cresceram 12,58% nos seis primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Segundo Wolnei Betiol, vice-presidente da Fiep e conselheiro do Sindicato da Indústria Eletroeletrônica e Similares do Estado do Paraná (Sinaes), o crescimento registrado no primeiro semestre pode ser reduzido nos próximos meses com a manutenção ou queda da cotação do dólar e a "invasão" de produtos importados, especialmente da China. "Apesar dos bons resultados, estamos apreensivos. O crescimento das importações, somado ao contrabando, traz um cenário preocupante", alerta.

Os números da balança comercial do setor no Brasil corroboram a preocupação de Betiol. Segundo os dados da Abinee, as importações cresceram 17,6% nos primeiros cinco meses do ano, chegando a US$ 5,46 bilhões e gerando um déficit comercial de US$ 2,45 bilhões.

A valorização do real não preocupa somente as empresas que trabalham diretamente com exportação. O gerente regional da AC Control no Paraná, José Carlos Marcantonio, observa que, com a possível retração das vendas externas, algumas empresas começam a reduzir investimentos, prejudicando também os fornecedores deste segmento. "Trabalhamos na área de automação industrial. Ainda não sentimos uma retração, mas se o cenário permanecer com esta tendência, pode haver redução de investimentos", alerta.

A possibilidade de contaminação da economia pela crise política também incomoda os empresários. O gerente de marketing da ACE Schmersal, Rafael Lima, disse que o setor continua em expansão e que enquanto a indústria, em geral, mantiver seu crescimento, o setor irá acompanhar. "Estamos atentos, acompanhando os desdobramentos da crise. Mas, por enquanto, a economia continua em expansão", afirma.

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