4,7% é quanto deve crescer o comércio mundial neste ano, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC). Se os embarques brasileiros caírem 5,8%, conforme espera a AEB, a participação do Brasil nas exportações globais vai recuar de 1,32% em 2013 para 1,19%.
O mau desempenho da indústria contaminou as expectativas para as exportações deste ano. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) rebaixou ontem sua projeção para as vendas brasileiras ao exterior, agora estimadas em US$ 228,2 bilhões, o que representa uma queda de 5,8% em relação ao valor exportado em 2013.
INFOGRÁFICO: Confira o cenário de exportações neste ano
"Os responsáveis pela redução das exportações são os produtos manufaturados, com destaque negativo para plataformas de petróleo [que, mesmo sendo usadas no Brasil, são contabilizadas como exportações] e vendas para a Argentina, especialmente no setor automobilístico", informou a AEB.
A entidade prevê que o faturamento com as exportações de industrializados vai cair 11,5% neste ano, enquanto a receita dos produtos básicos minério de ferro, soja, petróleo e outros deve aumentar apenas 0,4%.
A lentidão da atividade econômica levou a associação a reduzir também a previsão para as importações. A nova expectativa é de que o país importe US$ 227,6 bilhões neste ano, 5% menos que no ano passado. Como resultado, a balança comercial deve terminar o ano com um saldo positivo de cerca de US$ 600 milhões.
Segundo a AEB, a queda nas compras de importados abrange todas as categorias de produtos e reflete a redução do consumo e dos investimentos no Brasil, "mesmo com a atual taxa de câmbio representando fator de estímulo à importação".
Nos últimos meses, o dólar tem se mantido na casa dos R$ 2,20, o que, para muitos economistas, é resultado das intervenções diárias do Banco Central no mercado de câmbio, que teriam o pretexto não assumido pela instituição de deixar a taxa em um nível que não provoque mais inflação.
A estimativa de bancos e consultorias é de que o dólar avance para R$ 2,39 até o fim do ano, segundo as expectativas compiladas pelo boletim Focus, do BC. Mas, segundo a AEB, "qualquer que seja a taxa cambial vigente no segundo semestre, não haverá impacto sobre as exportações ou importações, que estão mais sujeitas a fatores econômicos".
Pessimismo
As primeiras projeções da AEB para 2014, divulgadas em dezembro do ano passado, já indicavam uma retração nas operações de comércio exterior, mas os resultados do primeiro semestre aprofundaram o pessimismo. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, de janeiro a junho as exportações brasileiras caíram 3% e as importações, 4% em relação a igual período de 2013. O saldo da balança ficou negativo em US$ 2,5 bilhões.
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