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Rio de Janeiro – O investimento em controle ambiental das empresas industriais brasileiras passou de R$ 10,5 bilhões em 1997 para R$ 22,1 bilhões em 2002, com crescimento real de 83,9% no período, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1997, 3.823 empresas investiram em controle ambiental, número que subiu para 6.691 em 2002 – um aumento de 75%, bem superior ao crescimento do total de empresas no mesmo período (26,4%).

Em 1997, segundo o documento de divulgação da pesquisa, havia uma "alta concentração" dos investimentos em controle ambiental nos setores de alimentos e bebidas e, em 2002, a maior concentração passou para as divisões de fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool.

Para a elaboração da pesquisa foram consideradas as iniciativas em aquisição de máquinas industriais que já incorporam a concepção de tecnologia limpa, a aquisição de equipamentos, as obras com estação de tratamento e os gastos necessários para colocar esses itens em funcionamento. Não foram considerados gastos com recuperação de áreas degradadas.

Ainda segundo a pesquisa, a participação do valor investido em controle ambiental no conjunto das empresas que informaram esse tipo de investimento aumentou de 13,9%, em 1997, para 18,7%, em 2002, puxado pela indústria de transformação, que aumentou em 92,6% o valor dos investimentos em controle ambiental no período.

O desastre ambiental da Petrobrás na baía de Guanabara em 2000 foi um dos principais motivos apontados pelo técnico do IBGE, Paulo Gonzaga, para o forte aumento da fatia do Valor da Transformação Industrial (VTI, ou renda gerada pelo setor) da indústria de refino de petróleo destinada ao controle ambiental.

Segundo a pesquisa do IBGE, o setor de refino de petróleo foi responsável, em 2002, por 42% do valor investido pela indústria em geral em máquinas e equipamentos para controle ambiental. Em 1997, a fatia deste setor no total investido era de 16%.

Gonzaga explica que a pesquisa divulgada ontem, e que engloba o período de 1997 a 2002, não é uma estatística de resultados, mas de esforço das empresas, ou seja, mapeia os investimentos, mas não as suas conseqüências no meio ambiente.

Ele considera "muito favoráveis" os dados que mostram que enquanto 3,6% das em-presas industriais investiam em controle ambiental em 1997, esse porcentual subiu para 5,0% em 2002. "Pode parecer pequeno, mas não é", disse Gonzaga, argumentando que esses 5% correspondiam a 48% da renda gerada pela indústria em 2002. "Quase metade da produção industrial do país ocorre com controle ambiental", explica.

Além do refino de petróleo, os setores que mais investiam em controle ambiental em 2002 eram papel e celulose (15%), metalurgia básica (10,4%), alimentos (6,6%) e produtos químicos (6,4%).

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