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“Você não precisa mais sair de Ponta Grossa para fazer compras”, diz Gisah Cunha, que gosta de sapatos de grife | Josué Teixeira/Gazeta do Povo
“Você não precisa mais sair de Ponta Grossa para fazer compras”, diz Gisah Cunha, que gosta de sapatos de grife| Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo

Oeste

Imóveis de alto padrão são disputados em Cascavel

Luiz Carlos da Cruz, correspondente

A aquisição de imóveis de alto padrão mostra a tendência de consumo das classes A e B em Cascavel, no Oeste do estado.

A Construtora JL tem seis obras em andamento, com apartamentos que variam de R$ 450 mil a R$ 1,5 milhão. Recentemente, entregou o Edifício Excellence, com 34 apartamentos que custaram R$ 1,5 milhão cada. Metade foi vendida no lançamento e o restante durante a execução das obras. A mesma empresa está construindo outro prédio no centro da cidade, com 110 apartamentos de R$ 700 mil. Todas as unidades da primeira torre e 80% da segunda já foram vendidas. O imóvel terá ainda uma terceira torre.

João Luiz Félix, sócio da JL, não acredita numa explosão de consumo no setor de imóveis de alto padrão, mas diz que as vendas se manterão em alta. "Não estamos tendo dificuldade de colocar nossos produtos no mercado", diz. Ele explica que esse tipo de consumidor é mais exigente, planeja a compra e busca um maior conforto: "São pessoas que não têm aquela necessidade de comprar o imóvel de hoje para amanhã, porque geralmente já moram relativamente bem".

O potencial econômico da cidade despertou interesse de investidores de fora. É o caso do investimento de aproximadamente R$ 300 milhões que está sendo feito pela BRMalls, maior administradora de shoppings do Brasil, no Catuaí Shopping Cascavel.

O fortalecimento do setor in­­dustrial em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, respingou no varejo e as opções au­­mentaram para o público das classes A e B. O principal shopping do município foi ampliado há dois anos e o setor imobiliário vê crescer a oferta de imóveis de luxo com o lançamento recente de dois empreendimentos.

A cidade tem 331 mil habitantes e está localizada próxima a Curitiba e ao litoral, o que facilita a atração de indústrias por suas condições logísticas – em dois anos, 17 empresas industriais se instalaram no município. O maior investimento vem da AmBev, que vai desembolsar R$ 580 milhões na construção de uma fábrica de bebidas. Com o aquecimento no setor industrial, o PIB municipal, que era de R$ 5,9 bilhões em 2010, pode dobrar, segundo estimativa da prefeitura.

As novas indústrias chegam à cidade formando um novo público consumidor. Se antes os moradores saíam de Ponta Grossa para fazer compras em Curitiba ou em São Paulo, agora começam a valorizar o comércio local. "Com a ampliação que fizemos há dois anos, muitas lojas que existiam em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba agora estão instaladas aqui", comenta o diretor geral do maior shopping do município, João Luís Giostri.

A diretora de comércio da Associação Comercial, In­­dustrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Flávia Barrichelo, lembra que o con­­­su­­midor encontra mais fa­­cil­­mente marcas que antes não eram vendidas na cidade. "Você não precisa mais sair de Ponta Grossa para fazer compras", diz advogada e blogueira de moda Gisah Cunha, que mantém entre seus hábitos a compra de sapatos de grife. Outros setores, como o de restaurantes, segundo ela, também estão a contento, mas ainda há espaço para investidores.

De acordo com Giostri, o novo segmento aberto às classes A e B se reflete na região. "De 35% a 40% dos nossos clientes são moradores dos municípios vizinhos", afirma.

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