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A desaceleração da economia brasileira ao longo de 2005 – e seus reflexos acentuados no Paraná – apareceu em mais um indicador, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O emprego industrial no estado cresceu 1,3% em 2005, acima da média nacional de 1,1%, porém muito abaixo dos 4,1% verificados no ano anterior. Já a renda do trabalhador industrial perdeu fôlego. Em 2005, o rendimento melhorou 2,5%, contra um índice de 8,9% em 2004. Na média brasileira, a renda avançou 3,4%. Em 2004, o crescimento foi de 9,7%.

Alimentos e bebidas e montadoras de veículos foram os setores que impulsionaram o emprego industrial no Paraná em 2005. Segundo informou a economista do IBGE Isabela Nunes Pereira, a indústria de alimentos e bebidas mostrou através do nível de emprego a força que exerce na economia paranaense, com destaque para a agroindústria (alimentos industrializados e frangos), que tem grande parte da produção exportada. Já o aumento do emprego nas montadoras foi impulsionado pelas vendas ao mercado externo.

O pior desempenho ficou com a indústria da madeira, que reduziu em 13,7% o número de empregados em relação ao ano anterior. Pelos dados do Ministério do Trabalho, 4.209 trabalhadores perderam emprego, com a redução das exportações.

A quebra da safra e a redução dos preços dos principais produtos agrícolas descapitalizaram o produtor, que não investiu em tratores e colheitadeiras. Como conseqüência, o setor agrícola reduziu o nível de emprego em 0,3% em relação ao ano anterior.

Na avaliação do economista e coordenador do curso de Ciências Econômicas da Unifae, Gilmar Mendes Lourenço, o pequeno aumento do emprego industrial paranaense veio completar a safra de indicadores desfavoráveis colhida pelo estado no ano passado – a saber, "a estiagem, a queda das cotações internacionais das commodities, os impasses provocados pela febre aftosa, a equivocada política econômica de austeridade monetária e fiscal e o câmbio burro". Segundo ele, a apresentação das estatísticas de produção agropecuária e industrial e de vendas dos setores manufatureiro e comercial já permitia prever uma performance nada animadora do mercado de trabalho.

Menos horas pagas

O indicador acumulado de janeiro a dezembro de 2005 de número de horas pagas aos trabalhadores da indústria do Paraná diminuiu em 0,94%, em relação a igual período do ano passado, contra um aumento de 0,8% na média brasileira.

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