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Após o balanço de 2005, começa a onda de previsões para 2006. A última pesquisa do Banco Central com instituições financeiras mostra um cenário tranqüilo: câmbio sob controle, crescimento do PIB perto de 3,5%, juros em queda e inflação comportada. Nem parece que haverá eleições ou que a economia global pode esfriar. O clima sossegado permite até levar a sério a expressão de otimismo feita há alguns dias pelo ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que disse acreditar em expansão do PIB de 5% em 2006.

O sucesso no controle da inflação é a chave para as projeções feitas até aqui. É quase consenso no mercado financeiro que o aperto feito pelo Banco Central neste ano deixará como herança um IPCA dentro da meta de 4,5%. Isso porque com crescimento mais fraco de 2005 foi criada uma das condições para o controle de preços: a demanda não está aquecida e, com isso, há pouco espaço para aumentos no primeiro semestre. As outras condições são o controle das contas públicas e o câmbio estável.

Na opinião do economista Flávio Serrano, da corretora Ágora, a cotação do dólar hoje está em um nível "realista", ou seja, reflete um equilíbrio que existia antes da desvalorização de 2002, ano da última eleição presidencial. "Não há expectativa de virada no câmbio, que deve flutuar entre R$ 2,30 e R$ 2,60. Acima disso seria uma oscilação causada por alguma turbulência política ou internacional."

Os analistas trabalham com um cenário externo ainda promissor, embora com um crescimento global um pouco mais lento do que nos últimos três anos. "Se o comportamento da economia mundial for melhor do que o esperado, nada vai segurar a apreciação do real", diz o economista Maurício Molan, do Santander.

Com a inflação controlada e a melhora nas contas externas trazida pelo superávit comercial, restará à equipe econômica lidar com a equação do crescimento. "O país pode crescer mais de 4% em um ano. Mas para essa taxa ser sustentável é preciso mais investimentos", ressalta Molan. Hoje, as aplicações no setor produtivo estão em 18,5% do PIB por ano. De acordo com o economista, esse porcentual precisa chegar a 22% para que o crescimento se mantenha acima de 4% ao ano por um período longo. (GO)

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