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A presidente da República e o ministro da Fazenda refestelaram-se ontem com o IPCA mensal mais baixo em três anos, aproveitando para afirmar que a inflação "sempre esteve sob controle".

De fato, uma inflação anual entre 6% e 7% está bem distante do que os brasileiros conhecemos por "descontrole". Mas isso não significa que ela esteja baixa. Continua um tanto além do que seria justo esperar de uma economia civilizada.

Compare o índice atual – de 6,3% em 12 meses – com o rendimento da poupança, hoje em torno de 5,3% ao ano. Ou com o rendimento das contas do FGTS, de 3%. Isto é, o Fundo de Garantia do trabalhador "rende" metade da inflação e o governo acha que está tudo bem.

Também é importante lembrar que parte do controle da inflação tem um alto custo para as contas públicas. Se por um lado não consegue conter seus próprios gastos (que geram inflação), por outro o Planalto tem feito um punhado de malabarismos para segurar os preços administrados, como energia, combustíveis e outros.

Esse esforço, custeado pelo Tesouro ou por estatais como a Petrobras, não sairá de graça para os brasileiros. O que não pagamos como consumidores, estamos pagando na condição de contribuintes. Cedo ou tarde, a conta chega.

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