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Alimentos mais caros provocaram um salto na inflação sentida pelos idosos em 2010. É o que mostrou ontem a Fundação Getu­lio Vargas (FGV) ao anunciar o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que subiu 6,27% no ano passado, após avançar 4,09% em 2009. Os resultados do IPC-3i superaram os apurados, nos mesmos períodos, pelo Índice de Preços ao Consu­midor-Brasil (IPC-BR), que mede a inflação em todas as faixas etárias. A inflação medida pelo IPC-BR subiu 3,95% em 2009 e avançou 6,24% em 2010.

O índice pode prosseguir em alta em 2011, devido às expectativas de uma continuidade nas elevações nos preços dos alimentos, nos primeiros meses deste ano. O indicador representa o cenário de preços sentido em famílias com pelo menos 50% dos indivíduos de 60 anos ou mais de idade, e renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos.

Os alimentos respondem, historicamente, por um terço da inflação sentida pelo bolso dos idosos, no âmbito do IPC-3i, de acordo com o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. No entanto, somente no quarto trimestre do ano passado, quando subiram 5,15%, os alimentos foram responsáveis por dois terços da inflação sentida pelos idosos no período. No ano, a inflação dos alimentos foi de 9,85%. Entre os destaques, a carne bovina ficou 32,65% mais cara no ano passado, com alta de 18,83% em seu preço no quarto trimestre.

Quadros acrescentou que, coincidentemente, o impacto dos aumentos nos preços dos alimentos no bolso do consumidor em 2010 foi percebido em igual magnitude em todas as faixas etárias – visto que, no âmbito do IPC-BR, que apura a inflação no varejo percebida em todas as idades, o grupo alimentação também subiu 9,85%. "O aumento nos preços dos alimentos foi bastante generalizado, não ficou concentrado em apenas um setor. Isso diminui o espaço para alguma divergência entre os resultados do avanço dos preços dos alimentos no IPC-BR e no IPC-3i", explicou.

Mesmo com a importância dos alimentos na composição da in­­flação dos idosos, a alta de 5,88% no preço de planos e seguro saúde foi a maior contribuição individual na formação da taxa do IPC-3i, entre os produtos pesquisados para cálculo do indicador. Quadros explicou que somente esse item representa 6,13% do total do indicador que mede a inflação entre os idosos – quase o dobro do peso que seu preço tem dentro do IPC-BR. "A taxa de variação em 2010 deste preço foi igual, visto que o reajuste dos planos é autorizado pela ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar]. Mas o peso é diferente, visto que os idosos gastam mais com planos de saúde", lembrou o especialista.

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