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Comida

Custo com alimentos pressiona menos e registra deflação de 0,11%

Segundo a consultoria Rosenberg Associados, o índice de difusão de junho, que mostra o porcentual de produtos com aumento de preços, ficou em 61,4%, ante 66,8% em maio. "O índice de difusão caiu um pouco, mas continua alto", avaliou Luiz Roberto Cunha, professor e decano da PUC-Rio.

Ao menos os alimentos já não preocupam tanto. Com a perspectiva de safra favorável no Brasil e em países como os Estados Unidos, o grupo Alimentação e Bebidas registrou deflação de 0,11% em junho, o menor resultado desde julho de 2013. "Estamos vendo um comportamento favorável da alimentação, agora devolvendo parte da alta dos preços por conta dos choques", disse o economista-senior do Besi Brasil, Flávio Serrano.

Passada a pressão dos alimentos, tanto Cunha quanto Serrano apontam a política fiscal como o principal problema da resistência inflacionária: os gastos do governo mantêm a demanda em alta.

A Copa do Mundo fez disparar os preços de passagens aéreas e diárias de hotel em junho. Apenas esses dois itens foram responsáveis por metade da inflação de 0,40% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

INFOGRÁFICO: Veja como está o Índice Nacional de Preços ao Consumidor

Com o aumento na demanda por serviços causada pelo Mundial, nem a deflação registrada pelos alimentos e combustíveis foi suficiente para segurar o índice de preços. A inflação oficial acumulada em 12 meses foi a 6,52% em junho, estourando o teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.

Embora os efeitos da Copa sejam pontuais, já é esperada nova pressão para o mês de julho: o impacto do reajuste de 18% na energia elétrica em São Paulo deve contribuir para afastar o IPCA ainda mais da meta. "São Paulo é um terço do IPCA", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, sobre a importância da região para o cálculo da inflação.

Além disso, a inflação de julho de 2013 foi muito baixa – no cálculo em 12 meses, o IPCA deste mês substituirá a taxa de 0,03% de julho do ano passado, elevando a variação acumulada. "Os meses de junho e julho, em geral, apresentam menores resultados", lembrou Eulina.

Em julho, é esperado também o efeito de parte do reajuste de 23% na energia em Porto Alegre, e de 24% em Curitiba. O pedido de aumento, feito pela Copel, está em análise na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

Hotelaria

Segundo a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, o "efeito Copa" em junho já era esperado. Os preços de diárias de hotel, sobretudo, devem recuar nos próximos meses. No entanto, o fato de a inflação ficar menor quando se expurgam passagens aéreas e hotéis não deve ser comemorado. "Junho é mês de inflação baixa", lembra Solange.

Os hotéis lideraram o ranking de impactos por itens. A alta de 25,33% nos preços das diárias foi influenciada pelos preços mais altos em dias de jogos. Já as passagens aéreas ficaram 21,95% mais caras em junho, na esteira do aumento na demanda causado pela Copa.

No mês, também aumentaram os preços de aluguel de veículos e ingressos para jogos. Outros possíveis impactos do evento sobre os preços no país podem ter ocorrido em meses anteriores, com pressão do aumento na demanda sobre os valores dos aluguéis e alimentação fora do domicílio. "O aluguel está pressionado, e já vem pressionado há muito tempo, desde que se anunciou que o Brasil ia sediar a Copa. Ou seja, são efeitos que podem não ser vistos de uma só vez", disse Eulina.

Curitiba

A inflação oficial de Curitiba e região metropolitana subiu 0,37% em junho, na comparação com maio, segundo o IBGE. Foi a terceira desaceleração seguida da inflação na capital paranaense. Nos últimos 12 meses, o acumulado soma 7,21%, acima da média nacional, de 6,52%.

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