Foto: Pixabay| Foto: LK Ventura/Pixabay

A recuperação ainda lenta e gradual do consumo das famílias descarta uma eventual ameaça de pressão de demanda sobre a inflação oficial no país. A avaliação é de Pedro Kislanov da Costa, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após a divulgação da alta de 0,11% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto, conforme divulgado nesta sexta-feira (6) pelo órgão. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em 3,43%.

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"O que notamos é que o consumo das famílias tem tido crescimento lento, gradual. A taxa de desocupação caiu, mas essa criação de empregos tem se dado, principalmente, pela informalidade, que normalmente paga salários mais baixos. A massa de salários está estável. Então é difícil pensarmos em inflação de demanda com essa recuperação ainda lenta, baseada na informalidade", justifica o gerente do IBGE.

Em agosto, a pressão veio da alta da tarifa de energia elétrica, devido à entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 1 em substituição à amarela, que vigorou em julho. Em setembro, haverá a manutenção da bandeira vermelha.

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Campo deve segurar inflação nos próximos meses

A boa notícia no que se refere à inflação para os próximos meses poderá vir do campo. Isso porque a nova safra recorde de grãos prevista para este ano tem potencial para manter os preços dos alimentos estáveis, como afirma Kislanov. "Espera-se que sim. Lembrando que a safra recorde de 2017 se refletiu em quedas nos preços dos alimentos. Mas não dá para ter certeza absoluta, pois ainda depende de fatores como chuvas e condições climáticas", pondera.

Em agosto, os preços dos alimentos recuaram 0,35%, após a ligeira alta de 0,01% registrada em julho. "Nos primeiros meses do ano tivemos problema de chuvas. Isso gerou restrição de oferta. Agora, com o clima mais ameno, a oferta está melhor", lembra o gerente do IBGE.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]