FGV
Vestuário e alimentação elevam IPC-S
A inflação mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou para 0,25% na prévia encerrada em 7 de outubro, resultado superior ao apurado no IPC-S imediatamente anterior, que subiu 0,18% no período encerrado em 30 de setembro. A informação foi divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, disse que as altas dos grupos Vestuário e Habitação foram as maiores responsáveis pela aceleração na taxa do indicador de inflação da FGV. Ele ressaltou, porém, que a queda mostrada pelo grupo Alimentação impediu que a elevação do índice geral fosse mais forte.
Das sete classes de despesa usadas para cálculo do indicador, quatro apresentaram aceleração de preços ou fim de deflação no período. As movimentações de preços que mais contribuíram para a aceleração do IPC-S partiram dos seguintes grupos: Habitação (de 0,41% para 0,54%), Vestuário (de 0,42% para 0,83%), Educação, Leitura e Recreação (de -0,02% para 0,06%) e Transportes (de 0,24% para 0,33%).
Indicador de inflação de referência do governo, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de setembro com alta de 0,24%. O resultado apresentou leve aceleração em relação a agosto, quando a variação foi de 0,15%. No ano, o IPCA acumula alta de 3,21%, bem abaixo do centro da meta de inflação do governo para 2009, de 4,5%. Em 12 meses, o indicador é de 4,34%.Segundo a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina dos Santos, para outubro, há poucas pressões inflacionárias previsíveis.
"Pode haver elevação de preços de automóveis por conta do fim da isenção do IPI e um resíduo de reajuste nas tarifas de telefonia."
Na avaliação de analistas de mercado, contudo, a inflação deve se acelerar nos próximos meses, impulsionada pelo retorno gradual do IPI, bem como pelo segmento de vestuário. Apesar disso, as estimativas são de que a variação de preços não ultrapasse o centro da meta traçada pelo governo.2010
O analista da Rosenberg Associados Francis Kender alerta para a inflação no início de 2010. De acordo com ele, a variação de preços deve se acelerar ainda mais em dezembro e continuar ganhando força entre janeiro e fevereiro. "Em janeiro, deve ocorrer o reajuste dos ônibus urbanos de São Paulo, com forte peso no índice. Já em fevereiro, ocorrem os reajustes das mensalidades escolares."
Em setembro, as principais colaborações para a elevação do IPCA vieram do preço do gás de botijão, que apresentou alta de 3,40%, e das despesas com empregados domésticos, que subiram 1,15%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para a camada de renda mais baixa da população, ficou em 0,16% em setembro, ante 0,08% em agosto, segundo divulgou o IBGE. No ano, o INPC acumula alta de 3,23% e em 12 meses, de 4,45%. Esse indicador refere-se a famílias com rendimento de um a seis salários mínimos, enquanto o IPCA visa o rendimento familiar de um a 40 salários mínimos.
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