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No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide em qual nível ficará a taxa básica de juros, encerrando a sua última reunião do ano, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu para 0,75% em novembro, pressionado por alimentos, contra 0,47% em outubro. É a maior alta desde o 0,92% apurado em janeiro e igual à segunda maior variação do ano, registrada em junho. A taxa de novembro, no entanto, ficou dentro das previsões dos analistas, pouco abaixo das estimativas médias do mercado.

O IGP-M é usado como índice de reajuste de boa parte dos aluguéis. Até novembro, acumula elevação de 3,50% no ano em em 12 meses.

Copom

Esta é a última reunião do Copom no ano. Apesar da alta da inflação em novembro, a maioria dos analistas ainda acredita que o comitê promoverá um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic. No entando, aumentaram as apostas em um corte menor, de 0,25 ponto.

Um corte menor do juro básico poderia ser necessário para o BC avaliar melhor o quadro econômico. O cumprimento da meta de inflação (4,5%) deste ano está garantido, mas o Copom poderia ser mais conservador agora para aguardar mais dados sobre o aquecimento da economia e analisar os riscos inflacionárias para o ano que vem, cuja meta também é de 4,5% ao ano.

Por outro lado, o crescimento econômico de 2006 bem abaixo dos 4% previstos inicialmente pelo governo aumentaram as pressões sobre o presidente do BC, Henrique Meirelles, para estimular o avanço do PIB na casa de 5% ao ano já em 2007, a principal promessa do presidente Lula na campanha à reeleição.

A continuidade de Meirelles à frente do BC, pelo menos no início do segundo mandato de Lula, é dada como praticamente certa, mas uma atitude mais conservadora do BC sobre os juros agora aumentará as pressões para mudanças.

Nesta quinta-feira, o IBGE divulga o PIB do 3º trimestre, e as estimativas não são muito animadoras. Nas últimas semanas, o mercado financeiro reduziu as projeções para o avanço do PIB de 2006 para cerca de 2,9%.

Em queda desde setembro do ano passado, quando estava em 19,75% ao ano, a taxa Selic está atualmente em 13,75%, seu menor nível histórico. No início do governo Lula, em 2003, a taxa chegou a 26,50%.

Apesar da queda da Selic, a taxa real de juros no Brasil (que é a taxa básica descontada da inflação futura) continua sendo uma das maiores do mundo, na casa de 9% ao ano.

A inflação

Os três indicadores que compõem o IGP-M apresentaram aceleração em relação a outubro.

O Índice de Preços por Atacado (IPA) avançou 1,02%, contra 0,65% do mês anterior. Os chamados Bens Finais - um dos componentes do IPA - apuraram uma alta de preços de 0,46%, depois da queda de 0,16% de outubro. Os Bens Intermediários também inverteram o movimento, saindo de uma queda em outubro para alta de 0,05% este mês. No estágio inicial de produção, entretanto, o preço das Matérias-Primas Brutas variou 3,63% em novembro, um pouco abaixo dos 3,76% do mês anterior.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também acelerou em novembro na comparação com outubro. O índice teve alta de 0,27%, ante avanço de 0,10% no mês anterior.

"Alimentação foi o que mais contribuiu para a aceleração'', afirmou a FGV.

Os preços dos alimentos para o consumidor subiram 0,94%, depois da queda de 0,17% em outubro.

"Neste grupo, a maior influência partiu dos alimentos in natura, em função dos acréscimos registrados nas taxas dos itens hortaliças e legumes e frutas'', informou a FGV.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, elevou-se 0,23%, em novembro. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,18%.

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