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Negociação

O que os inquilinos podem fazer na hora de discutir o reajuste do aluguel

Pesquisa

O inquilino pode fazer uma pesquisa na região onde mora para ver o preço de outros imóveis semelhantes e checar se o reajuste é abusivo.

"Bons antecedentes"

Quem sempre pagou o aluguel em dia e cuidou do imóvel tem maior poder de negociação.

Formalização

Se a negociação der certo, coloque-a no papel. Muitas pessoas, por terem uma boa relação com o dono do imóvel, fazem tudo verbalmente, o que nem sempre é seguro.

Prazo

O ideal é que a negociação ocorra 90 dias antes do vencimento do contrato, para que o inquilino tenha tempo de procurar outra opção caso não cheguem a um acordo.

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou na primeira semana de janeiro, com variação de 0,42%, segundo os dados divulgados ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No acumulado dos últimos doze meses, no entanto, o índice – usado como referência para a maioria dos contratos de locação de imóveis – acumula alta de 11,09%. A expectativa no mercado é que a taxa seja repassada integralmente para os contratos com vencimento neste mês, com pouca margem para negociação entre proprietários e inquilinos – resultado de um mercado bastante aquecido e de valores defasados.

"O mercado esteve bastante aquecido em 2010 e o começo do ano é, tradicionalmente, um período de mudanças. A procura é muito grande. Por isso, é provável que o inquilino tenha pouca margem para negociar um aumento menor que o IGP-M", diz o presidente do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desen­volvimento do Mercado Imobi­liário e Condominial (Inpespar), Luiz Fernando Gottschilt. A procura maior, segundo o presidente, é por apartamentos de dois quartos.

Além disso, lembra Gottschilt, nesta mesma época, em 2010, o IGP-M registrava uma queda acumulada de 0,26%. "Muitos aluguéis estão sem reajuste há dois anos, com valores defasados em relação ao valor de venda do imóvel", argumenta. O superintendente da Apolar, Jean Michel Galiano, concorda, e diz que ao longo dos últimos anos o preço dos aluguéis não acompanhou a expressiva valorização dos imóveis, que chegou a até 45% em alguns casos. "A locação tem de acompanhar essa alta; do contrário, os proprietários deixam de usar as casas e apartamentos como uma opção de investimento", argumenta. Segundo Ga­­liano, os aluguéis em Curitiba correspondem hoje, em média, a 0,5% do valor de venda do imóvel – tradicionalmente o índice fica entre 0,7% e 0,8%. "O inquilino precisa entender que, se não valer a pena, o proprietário pede o imóvel de volta", avisa.

A diretora administrativa do Grupo Gonzaga, Marilia Gon­zaga, no entanto, diz que a variação negativa nos últimos anos – em 2009 o IGP-M acumulou queda de 1,72% – pode servir de argumento agora. "Se o reajuste pelo índice está previsto no contrato, o locador tem todo o direito de aplicar a taxa. Mas quem aceitou não reduzir o valor do aluguel naquela época de queda terá um bom argumento para negociar neste ano", sugere.

Composição

O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. Entre os índices que compõem o IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou variação de 0,4% na primeira leitura de janeiro – em dezembro a taxa foi de 0,97%. A maior contribuição para esta desaceleração partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 1,44% para 0,3%. O subgrupo alimentos processados contribuiu para esse movimento com a desaceleração de 3,25% para 0,19%. No estágio dos bens intermediários, a taxa de variação passou de 0,98% para 0,28%.

O Índice de Preços ao Con­sumidor (IPC) registrou, no mesmo período, variação de 0,41%. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de 0,69%. Quatro das sete classes de despesa componentes do índice registraram decréscimos em sua variação, com destaque para o grupo alimentação (1,43% para 0,64%). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou, no primeiro decêndio de janeiro, taxa de 0,62%. No mesmo período de dezembro, a taxa foi de 0,28%. O índice que representa o custo da mão de obra apresentou variação de 1,22%, no primeiro decêndio de janeiro.

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