• Carregando...

Entidades do setor industrial paulista reduziram nesta quinta-feira as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2006, após a divulgação dos dados do terceiro trimestre. A Federação das Industrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que a economia do país crescerá 2,7% este ano, ante projeção anterior feita em agosto de 2,8%. O Centro das Industrias do Estados de São Paulo (Ciesp) cortou o prognóstico de uma faixa de 3,0% a 3,5%, também feito em agosto, para 3%.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, procurou amenizar o fraco crescimento do Produto Interno Bruto neste ano e disse que o foco agora será 2007. Ao comentar a expansão de 0,5% da economia no terceiro trimestre do ano , divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE, ele chegou a dizer que 2006 já estava encerrado e que seu resultado não pode contaminar 2007 .

- O PIB do ano já aconteceu e só falta ser apurado (...) Nosso foco neste momento é fazer com que a o crescimento em 2007 comece no primeiro trimestre com aceleração. Não podemos deixar que a média deste ano contamine o ano que vem - disse.

De fato, o mercado em peso aposta que o crescimento do PIB ficará abaixo de 3% neste ano. O desafio agora é descobrir como o governo irá fazer a economia crescer acima de 5% a partir de 2007, conforme prometido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O secretário do Tesouro, Carlos Kawall, acha que a meta é possível de ser alcançada. Mas também admite que, a partir do próximo ano, o ritmo da redução das taxas de juros da economia será menor embora o movimento de queda deva perdurar.

- Viemos de um patamar muito elevado (de juros), mas o importante é que continuamos a observar a expectativa de inflação sob controle. E é isso que dá substância para que a Selic caia.

Nesta quarta-feira, o tamanho do corte foi um ponto de discordância entre os próprios membros do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Diferentemente do que costumava acontecer durante a gestão de Armínio Fraga na presidência da instituição monetária, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, e do que ocorreu na maior parte das reuniões do Copom neste ano, a decisão não foi unânime.

O corte de 0,5 ponto percentual foi apoiado por cinco dos oito integrantes do BC.

Para o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, não será apenas a redução a taxa de juros que irá promover o crescimento da economia. Ele ressalta que a divulgação do PIB do terceiro trimestre já trouxe elementos positivos, como o crescimento de 6,3% na formação bruta de capital fixo, o que se traduz em investimentos.

Mas alerta que o governo precisará resolver algumas pendências ao longo de 2007, como a questão do aumento dos investimentos públicos, reformas e desoneração tributária.

- É o que vai fazer a economia decolar de forma mais forte - prevê.

A economista da Rosenberg & Associados, Debora Nogueira, também tem ressalvas em relação a um crescimento em torno de 5% no ano que vem. Ela estima que, se nada for feito, a economia crescerá apenas 3,2%.

- Para melhoramos bem e seguirmos rumo aos 5% em que o governo fala, nós precisaríamos de reformas que não vemos acontecer no curto prazo - diz.

Furlan, no entanto, disse que o governo já está tomando algumas medidas:

- É por isso que a equipe do presidente Lula está reunida para desenvolver medidas de estímulos ao investimento. Queremos entrar no início do ano com tração e velocidade na economia brasileira - disse, durante a abertura da 26º Encontro Nacional de Comércio Exterior.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]