O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) na cidade de São Paulo, produzido mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), recuou 3,4% em janeiro, na comparação com dezembro, e atingiu o menor valor para o mês de janeiro desde 2010, com 136,7 pontos. O índice varia em uma escala de 0 a 200 pontos e denota otimismo quando acima dos 100.

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A queda foi puxada principalmente pela insatisfação do grupo que ganha mais de dez salários mínimos. Essas famílias tiveram o menor nível de satisfação desde o início da série, em 2010, com 131,3 pontos, baixa de 8,5% em janeiro ante dezembro. A redução entre as pessoas com renda inferior a dez salários mínimos foi de 1,5% (138,5 pontos). É a quarta vez na história do ICF que as famílias com renda superior a dez salários mínimos estão mais insatisfeitas do que as demais.

Em nota distribuída à imprensa, a assessoria técnica da FecomercioSP disse que o momento econômico de turbulências, com a inflação crescendo acima da expectativa, o aumento da gasolina e dúvidas quanto aos problemas de "apagões" energéticos "afetam principalmente quem tem mais acesso ao noticiário econômico".

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Os dois itens que mais influenciaram a queda do ICF foram o Nível de Consumo Atual, com baixa de 8,9%, e Perspectiva de Consumo, com recuo de 7,4%. A área técnica da entidade afirmou que as reduções merecem atenção pois, se forem consolidadas nos próximos meses, podem impactar negativamente o consumo. "A forte queda na satisfação das famílias quanto ao seu nível atual de consumo, que se aproxima da área de insatisfação, pode ser o indicativo de grande apreensão, com possível redução do poder de compra", avalia a nota.

Emprego e renda

Itens relacionados ao emprego também tiveram queda de satisfação. O item Emprego Atual caiu 2,8%, para 133,7 pontos. Já o item Perspectiva Profissional recuou 1,6%, a 145,9 pontos. No entanto, apesar das reduções, 68,4% das famílias estão otimistas sobre suas perspectivas profissionais.

O único item do ICF que apontou elevação foi Renda Atual, que avançou 0,7% em janeiro ante dezembro, para 153,7 pontos. A FecomercioSP disse que o reajuste do salário mínimo, para R$ 678 pode ter provocado esse efeito positivo na satisfação das famílias quanto à renda.